‘Que cada comunidade assuma o compromisso de promover a oração e a pastoral das vocações’

Afirmou o Cardeal Scherer, ao propor iniciativas arquidiocesanas para o mês vocacional 

Cartaz do Mês Vocacional 2021 (Divulgação/CNBB)

Em agosto, a Igreja no Brasil convida todos os fiéis a rezar e refletir sobre as vocações. “Mais do que fazer homenagens, esse mês deveria servir, sobretudo, para destacar as diversas vocações no serviço do povo de Deus, para fazer motivações e chamados vocacionais; sobretudo, para promover a oração pelas vocações”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, em carta enviada aos clérigos e consagrados da Arquidiocese de São Paulo, no dia 12.  

Entre as iniciativas propostas estão a promoção e momentos de oração pelas vocações nas famílias, comunidades e organizações eclesiais. Para isso, é indicado o subsídio vocacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo tema deste ano é “Cristo nos salva e nos envia”, com roteiros de orações, adorações e celebrações eucarísticas.

Dom Odilo também sugere que, antes das missas, especialmente as dominicais, realize-se com os fiéis a oração de uma dezena do Rosário nessa intenção. No fim das celebrações, seja feita uma motivação vocacional, seguida da oração pelas vocações. Também são indicadas iniciativas que promovam as vocações no contexto do Ano de São José e do Ano Família Amoris laetitia.  

Lives 

Além disso, o Cardeal Scherer propõe a realização de encontros virtuais em âmbito paroquial ou regional sobre a temática vocacional, voltados especialmente aos adolescentes e jovens.

Nesse sentido, a Pastoral Arquidiocesana das Vocações realizará uma série de lives transmitidas pelas mídias digitais da Arquidiocese, todas as terças-feiras de agosto (dias 3, 10, 17, 24 e 31, das 20h às 21h30), nas quais serão abordados o chamado de Deus ao sacerdócio, ao matrimônio e à família, à vida consagrada, ao laicato e ao ministério de catequista.

Celebrações

No calendário arquidiocesano, estão previstas celebrações que marcam o mês vocacional, que será aberto na Catedral da Sé no dia 1º, às 11h, com a missa na qual serão instituídos os ministérios de Leitor e de Acólito a seminaristas e candidatos ao diaconato permanente.

No dia 14, às 15h, também na Sé, haverá a celebração eucarística com os consagrados. Também fazem parte do calendário vocacional: a Semana Nacional da Família, entre os dias 8 e 14; o encontro com os coroinhas, que, neste ano, será nas paróquias e regiões; e o encontro dos catequistas, previsto para o último fim de semana de agosto, com horário e formato a serem confirmados.

Oração de todos

No fim da carta, Dom Odilo sublinha que a Igreja atravessa um período difícil para as vocações de especial consagração (ministérios ordenados, vida religiosa e missionária). “Intensifiquemos, pois, nossa oração e ação em favor das vocações, com verdadeira fé e confiança em Deus”, pede o Cardeal.

Por fim, o Arcebispo exorta: “Que cada comunidade de nossa Igreja em São Paulo assuma o compromisso de promover a oração e a pastoral das vocações. Que em cada comunidade haja ao menos uma vocação! E aproveito a ocasião para agradecer a todos os que se dedicam à pastoral das vocações”.

‘Chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade’

O Mês Vocacional foi instituído em 1981, durante a 19ª Assembleia Geral da CNBB, no contexto das iniciativas preparatórias do 1º Ano Vocacional do Brasil, celebrado em 1983, com o objetivo de despertar a consciência das comunidades católicas para a corresponsabilidade pela promoção e animação vocacional entre os adolescentes e jovens.

A palavra vocação deriva do verbo latino vocare, que significa “chamar”. Trata-se, portanto, do chamado de Deus feito a cada pessoa. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) afirma que todos os seres humanos são chamados ao mesmo fim, que é o próprio Deus. “Esta vocação reveste-se de uma forma pessoal, pois cada um é chamado a entrar na bem-aventurança divina. Mas diz também respeito ao conjunto da comunidade humana” (CIC, 1877).

Vocação universal à santidade

O Concílio Vaticano II, por meio da constituição dogmática Lumen gentium, proclamou: “Todos os fiéis, de qualquer estado ou condição, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade, que é uma forma de santidade que promove, ainda na sociedade terrena, um nível de vida mais humano. Para alcançar essa perfeição, os fiéis, segundo a diferente medida dos dons recebidos de Cristo, seguindo suas pegadas e se amoldando à sua imagem, obedecendo em tudo à vontade do Pai, deverão se esforçar para se entregar totalmente à glória de Deus e ao serviço do próximo”.

Como forma de concretizar o chamado universal à santidade, recebido no Batismo, cada cristão abraça diferentes vocações específicas, por meio das quais não só realizam a vontade de Deus como servem à Igreja e ao próximo das mais variadas maneiras.

“O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso ‘eis-me aqui’, nem nos assustar com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no ‘hoje’ que Deus nos concede”, afirmou o Papa Francisco, na Mensagem para o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, em 2018.

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