Papa: onde há uma criança ou uma pessoa vulnerável em segurança, ali se honra Cristo

“A prevenção dos abusos não é uma resposta a emergências, mas um dos alicerces sobre os quais se constroem comunidades fiéis ao Evangelho”, afirma o Papa Francisco em sua mensagem aos participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que ocorre de 24 a 28 de março

Encontro do Papa em 2023 com as crianças do Grupo da Pequena Casa da Misericórdia de Gela
Vatican Media

O Papa Francisco enviou, nesta terça-feira, 25 de março, uma mensagem aos membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, que estão reunidos em assembleia plenária. No texto, assinado no dia 20 de março, do Hospital Gemelli, o Santo Padre destaca que a prevenção dos abusos deve ser vista não apenas como uma medida emergencial, mas como uma base sólida para a construção de comunidades seguras e fiéis ao anúncio de Cristo:

“É como ‘oxigênio’ para as Igrejas locais e as comunidades religiosas, porque onde há uma criança ou uma pessoa vulnerável em segurança, ali se serve e se honra Cristo. No trabalho diário de vocês – especialmente nos contextos mais difíceis –, concretiza-se uma verdade profética: a prevenção dos abusos não é um cobertor para encobrir emergências, mas um dos alicerces sobre os quais construir comunidades fiéis ao Evangelho.”

Um chamado para a escuta e acolhida

O Papa também enfatiza que a proteção das vítimas e sobreviventes não se limita a protocolos, mas envolve formação, prevenção e escuta ativa, e pede que as vítimas sejam acolhidas com o coração, encontrando na Igreja um lugar seguro e compassivo, onde sua dignidade seja restaurada. Em seguida, Francisco propõe três compromissos essenciais para os membros da Comissão:

1 – Crescer no trabalho comum com os Dicastérios da Cúria Romana.

2 – Oferecer às vítimas e aos sobreviventes hospitalidade e cuidado para as feridas da alma, no estilo do bom samaritano. Escutar com o ouvido do coração, para que cada testemunho encontre não registros a serem preenchidos, mas entranhas de misericórdia das quais possa renascer.

3 – Construir alianças com realidades extraeclesiais – autoridades civis, especialistas, associações –, para que a proteção se torne uma linguagem universal.

Sentinelas num mundo adormecido

Na conclusão de sua mensagem, o Papa encoraja a Comissão a continuar sendo “sentinelas que vigiam enquanto o mundo dorme”, preservando a memória e garantindo que a Igreja permaneça comprometida com a prevenção dos abusos e o acolhimento das vítimas.

O Pontífice assegura suas orações pelos participantes da Assembleia Plenária e pede a intercessão da Virgem Maria para que possam prosseguir com dedicação e esperança no caminho empreendido.

Fonte: Vatican News

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