Ao se referir novamente aos ucranianos que sofrem com a guerra, o Santo Padre recordou do Holodomor, a grande fome provocada por Stalin nos anos 30 e que provocou milhares de mortes.
Oração pela paz e pelo fim de todos os conflitos, em particular pela martirizada Ucrânia. Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, o Santo Padre voltou a falar do sofrimentos dos ucranianos, que “sofrem o martírio da agressão”, recordando o aniversário do “terrível genocídio do Holodomor”, provocado por Stalin:
Rezemos pela paz no mundo e pelo fim de todos os conflitos, com um pensamento especial pelo terrível sofrimento do querido e martirizado povo ucraniano. E pensemos na martirizada Ucrânia. Este sábado marca o aniversário do terrível genocídio do Holodomor, o extermínio pela fome em 1932-33 causado artificialmente por Stalin. Rezemos pelas vítimas deste genocídio e rezemos por tantos ucranianos, crianças, mulheres e idosos, crianças, que hoje sofrem o martírio da agressão.
O Holodomor
Holodomor é o nome dado à fome que foi provocada no território da Ucrânia de 1932 a 1933 pela antiga URSS (União das Repúblicas Soviéticas Socialistas), causando vários milhões de mortes.
O termo deriva da expressão ucraniana moryty holodom (Морити голодом), combinando as palavras ucranianas holod (fome, carestia) e moryty, (matar de fome, esgotar), e a combinação das duas palavras visa destacar a intenção de provocar a morte pela fome.
Em março de 2008, o Parlamento da Ucrânia e dezenove nações independentes reconheceram as ações do governo soviético na Ucrânia do início dos anos 1930 como atos de genocídio. Uma declaração conjunta da ONU de 2003 definiu essa carestia como resultado de políticas e ações “cruéis” que resultaram na morte de milhões. Em 23 de outubro de 2008, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução na qual reconheceu o Holodomor como um crime contra a humanidade.
Na Ucrânia, após o reconhecimento do Holodomor, decidiu-se comemorá-lo oficialmente todos os anos no quarto sábado de novembro e em 2008 foi aberto o Museu Nacional do Genocídio do Holodomor.
Ataques contra centrais elétricas ucranianas
A partir de 24 de fevereiro de 2022, os russos passaram a bombardear incessantemente cidades e povoados ucranianos. Nas últimas semanas, em particular, as centrais elétricas tornaram-se alvos preferenciais. A falta de eletricidade incorre também na falta de calefação, o que pode se tornar mortal para a população diante do frio intenso. Na última semana foram registradas as primeiras nevascas no país do leste europeu. A lenha voltou a ser essencial não somente para cozinhar, mas também para aquecer a população, principalmente nos pequenos centros habitados.
Para fazer frente a essa emergência de contínuos blecautes, foram criados na Ucrânia mais de 4.000 “Pontos de Invencibilidade”. Em sua habitual mensagem, pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky comunicou na noite de terça-feira, 22, que nestes locais são oferecidos gratuitamente, ao longo de todo o dia, todos os serviços básicos: eletricidade, telefone celular e Internet, aquecimento, água, kit de primeiros socorros. Tudo absolutamente gratuito e durante todo o dia. Tais pontos funcionarão em todas as administrações regionais e distritais, bem como em escolas, prédios de serviços de emergência do estado e similares. Em prédios do governo, farmácias, lojas, correios, deve haver informações sobre onde uma pessoa pode encontrar suporte em caso de queda de energia prolongada.
Já o Parlamento Europeu lança “Geradores de Esperança”, uma campanha para a compra de geradores de eletricidade a serem enviados à Ucrânia para enfrentar a crise energética devido aos ataques sistemáticos da artilharia russa às infraestruturas energéticas ucranianas. A campanha foi apresentada numa coletiva de imprensa em Estrasburgo nesta quarta-feira pela presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pelo presidente da Eurocities e presidente da Câmara Municipal de Florença, Dario Nardella, co-iniciador da campanha, e por Andriy Yermak , chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky.
Fonte: Vatican News