Não basta simplesmente “usar” os meios de comunicação para difundir a mensagem cristã e o ensinamento da Igreja: é preciso integrar essa mensagem na própria cultura criada pela comunicação moderna. Essa reflexão, em parte inspirada na encíclica Redemptoris missio (1990), de São João Paulo II, orientou o discurso do Papa Francisco para os padres e irmãos paulinos no sábado, 18.
Embora o Papa não tenha lido o discurso, que preferiu entregar aos participantes da audiência, membros do Capítulo Geral da congregação, que elegeu um novo conselho, o texto também mencionou a figura de São Paulo, que em sua Carta aos Romanos (Rm 12,2) propõe uma “renovação no modo de pensar”.
“Paulo não diz ‘transformem’ o mundo, mas ‘transformem-se’ ou ‘deixem-se transformar’”, notou o Papa Francisco. O veículo de transformação é o Espírito Santo, justificou: “Deixemo-nos transformar primeiro a nós mesmos, para depois transformar o mundo em torno de nós”.
“Uma cultura nasce, antes mesmo que de conteúdos, do fato que existem novos modos de se comunicar, com novas linguagens, novas técnicas e novos comportamentos psicológicos.” Por isso, a comunicação não é apenas um jeito de fazer as coisas, uma profissão, mas uma verdadeira vocação, disse o Papa.
“Primeiro de tudo é a mentalidade que pre- cisa ser mudada, convertida, assimilada àquela de Jesus, para contribuir para difundir na sociedade um modo de pensar e de viver fundado sobre o Evangelho”, afirmou Francisco, pedindo um esforço contra a desinformação e as meias verdades que frequentemente são difundidas nos meios de comunicação.