Frei João Xerri, 71 anos de vida oferecida em favor do próximo

Natural da Ilha de Malta, frade dominicano estava no Brasil desde 1974. Ele morreu em Goiânia (GO), vítima do coronavírus

Reprodução

Foi sepultado na manhã da segunda-feira, 31, em Goiânia (GO), o corpo do frei dominicano João Xerri, que morreu no domingo, 30, aos 74 anos por complicações decorrentes da COVID-19. Ele ficou internado por 33 na UTI de um hospital da capital goiana.

João Xerri era natural de Malta, uma ilha do Mar Mediterrâneo ao sul da Itália. Foi ordenado frade dominicano em 1971 e chegou ao Brasil três anos depois. Atuou em missões nas cidades de Faxinal (PR), Londrina (PR), Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Goiânia.

Em meados de 1980 o frei chegou em São Paulo como prior do Convento das Perdizes, sendo depois nomeado vigário da Paróquia de São Domingos, ligada ao Convento.

Na Arquidiocese de São Paulo teve especial atenção à realidades das crianças e adolescentes mais vulneráveis, tendo assessorado momentos de formação e acompanhamento de agentes da Pastoral do Menor.

Frei João Xerri era membro do Conselho Provincial dos frades dominicanos no Brasil, assessor da Renovação Cristã Católica, membro de três organizações não governamentais: a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil; a Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação da CRB Nacional; e a Rede de Justiça e Direitos Humanos. Também era do Comitê Goiano de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno.

O frade foi Promotor Geral de Justiça e Paz e Delegado Permanente da Ordem Dominicana junto à ONU, além de ser membro do Conselho Geral da Ordem Dominicana e presidente da Conferência Interprovincial da América Latina e Caribe, tarefa que exerceu em Roma, entre 2001 e 2008, tendo retornado a Malta e, depois de algum tempo, voltou novamente ao Brasil.

Ordem dos frades pregadores

Em nota conjunta, o Frei José Fernandes Alves, Prior Provincial dos Frades Dominicanos no Brasil; e Jelson Roberto de Oliveira, da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, afirmou que “João não sabia viver sem colocar a sua vida a serviço de uma causa, que incluía a luta pela Justiça e a Paz, pelos Direitos Humanos e a Solidariedade nacional e internacional”.

“Com sua macrovisão, tinha grande capacidade de internacionalizar as lutas populares, sem jamais ser protagonista individual”, prossegue a nota. “Sabemos que sua morte e a lembrança que todos e todas carregamos de sua vida e testemunho, hão de alimentar os sonhos que pulsam em nós. Nossa homenagem ao querido João haverá de ser sempre a continuidade das lutas que foram dele e que ele nos ajudou a assumir como nossas. Há muito a fazer. Avante, com o coração aceso pelo valor da solidariedade, que João praticou e deixou como legado”, também consta no texto.

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