Os óleos abençoados na Missa do Crisma: saiba quais são e a composição deles

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na abertura das celebrações pascais, a Igreja celebra, na manhã da Quinta-feira Santa, a Missa do Crisma. É nesta ocasião que são abençoados os óleos que são utilizados na administração dos sacramentos durante o ano. Também conhecida como Missa da Unidade, a liturgia matutina da Quinta-feira da Semana Santa reúne todo o presbitério diocesano com seu bispo.

De acordo com o Pontifical Romano, essa Missa é considerada uma das principais manifestações da plenitude do sacerdócio do bispo e sinal da íntima união dos presbíteros com ele.

Mas quais são esses óleos e como são usados?

A origem

A origem do uso dos óleos nos sacramentos é bíblica, com referências a cada um deles na tradição e no magistério da Igreja. Antes do Concílio Vaticano II, o óleo usado nos sacramentos devia ser exclusivamente o azeite de oliveira. Mas, considerando a dificuldade de se conseguir a matéria prima em algumas localidades, o Papa Paulo VI ouviu o pedido de numerosos bispos e permitiu a adoção de outro tipo de óleo, “o qual, todavia, deve ser extraído de plantas, enquanto é mais semelhante à matéria designada na Sagrada Escritura”, segundo definiu na Constituição Apostólica Sacram Unctionem Infirmorum – sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos.

Quais são os óleos

Os Santos Óleos preparados na Quinta-feira Santa estão relacionados aos Sacramentos. Há os óleos abençoados, que são o dos Catecúmenos e dos Enfermos; e o óleo consagrado, o Santo Crisma.

O Óleo dos Catecúmenos é utilizado no Sacramento do Batismo, quando é ungido o peito da pessoa que será batizada. Já o dos Enfermos é conferido àqueles “que estão doentes em perigo de vida, ungindo-os na fronte e nas mãos”. Esses dois óleos são abençoados na Missa matutina da Quinta-feira Santa.

O óleo do Crisma

Foto: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Já o Óleo do Crisma é consagrado durante a celebração, e exclusivamente pelo bispo, no Rito Romano. Além dessa distinção em relação aos outros dois, ele recebe durante a consagração a mistura do bálsamo, o que lhe confere um cheiro agradável, e também o sopro do bispo, como sinal do Espírito Santo.

O Pontifical Romano ensina que “é com o santo crisma consagrado pelo bispo que os recém-batizados são ungidos e que os confirmandos são marcados”. Assim, após receber a água do batismo, é feita a unção pós batismal com óleo do Crisma, cuja oração pede que o Espírito Santo consagre aquele novo cristão com o óleo santo “para que participem da missão do Cristo, Sacerdote, Profeta e Rei, e sigam os passos de Jesus permanecendo no seu povo até a vida eterna”.

Também são ungidos com o óleo consagrado aqueles que recebem o Sacramento da Crisma, conferido enquanto o ministro traça o sinal da cruz sobre a fronte do crismando e pronuncia as palavras da fórmula. E ainda os ministros ordenados, sendo os presbíteros nas mãos e os bispos na cabeça.

O cheiro agradável

O bálsamo misturado ao óleo faz com que este signifique a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Leonardo Pinheiro, o bálsamo misturado no óleo do Crisma é comumente oriundo, aqui no Brasil, de essências de ervas da Amazônia.

Com informações da CNBB

guest
1 Comentário
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários
Normi Maria de Souza Silva.
Normi Maria de Souza Silva.
10 meses atrás

Nasci no ano de 1964, fui batizada nesse ano. Naquela época fui crismada no mesmo dia. Diz minha mãe que a crisma era no dia do batizado. Estou crismada? Gostaria de uma resposta da igreja.