Reeleito presidente da Câmara, Lira enfatiza: ‘Nenhum regime político irá prosperar fora da democracia’

Com 464 votos, Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito à presidência da Câmara dos Deputados para o biênio 2023-2024. A eleição ocorreu na quarta-feira, dia 1 o , quando os 513 deputados que tomaram posse na ocasião também elegeram ainda os demais membros da Mesa Diretora: 1º e 2º vices, 1º a 4º secretários e quatro suplências.

Foto: Câmara de Notícias

Lira foi apoiado por um único bloco parlamentar reunindo 20 partidos, incluindo duas federações partidárias. Ele obteve a maior votação absoluta de um candidato à Presidência da Câmara, considerados os registros dos últimos 50 anos.

Também concorreram à Presidência da Câmara, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), lançado pela Federação Psol-Rede, que obteve 21 votos; e o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que conquistou 19 votos. Cinco parlamentares votaram em branco. Ao todo, foram registrados 509 votos.

DEFESA DA DEMOCRACIA

Em seu discurso de agradecimento, o presidente da Câmara afirmou que no Brasil não há mais espaço para aqueles que atentam contra os Poderes que simbolizam a democracia. “Esta Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar, terá a repulsa deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei. Para aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá o rigor da lei” afirmou.

“Hoje assistimos eleições nas duas Casas Legislativas federais e a reabertura dos trabalhos do Judiciário. Junto com o Executivo já em funcionamento, o dia de hoje é prova do funcionamento pleno da nossa democracia. Não é a baderna de alguns, atacando-a materialmente, que tirar sua presença da vida, do dia a dia e do espírito dos brasileiros” ;, prosseguiu.

“Aos vândalos e instrumentadores do caos que promoveram o 8 de janeiro passado, eu afirmo: no Brasil, nenhum regime político irá prosperar fora da democracia. Jamais haverá um Brasil sem eleições livres e representantes escolhidos pelo voto popular. Jamais haverá um Brasil sem liberdade”, afirmou.

AUTOCRÍTICA

Para o presidente da Câmara, o Poder Legislativo precisa fazer uma autocrítica. “O processo de criminalização da política, iniciada há quase uma década, abalou a representatividade de diversas instituições e seus representantes. Não dá mais para que as decisões tomadas nesta Casa sejam constantemente judicializadas e aceitas sem sustentação legal. Resta a nós, investidos pelo poder popular, exercer a cada dia a boa política do entendimento, da conciliação e do equilíbrio”, disse. Segundo ele, “não dá mais para usurpar prerrogativas, interferir em decisões amplamente debatidas, votadas e aprovadas. O Legislativo é o poder moderador da República e assim continuará sendo”. Lira elogiou as Forças Armadas. No que pese possíveis omissões e erros pontuais que aconteceram no 8 de janeiro e estão sendo apurados, o conjunto das Forças Armadas reconhece a obediência ao poder civil escolhido democraticamente em eleições livres, seja qual for a linha política. Assim é que tem que ser. E assim será”, afirmou.

O presidente também defendeu as prerrogativas dos parlamentares:

“ Seguiremos devotos da democracia e, para tanto, serei uma voz firme a favor das prerrogativas e liberdade de expressão de cada parlamentar, porque precisamos exercer nosso mandato de maneira plena.”

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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