A Virgem Maria foi escolhida, desde toda a eternidade, para a vocação mais sublime que uma criatura poderia receber: ser, segundo a carne, a Mãe de Deus. Para este fim, o Senhor a salvou por antecipação, preservando-a desde a concepção da mancha do pecado original. Dotada de um coração e de um corpo inteiramente consagrados a Deus, Nossa Senhora permaneceu espiritual e fisicamente virgem antes, durante e depois do parto de Jesus. Como coroação de sua passagem por este mundo, “a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Papa Pio XII).
Ela concebeu, gestou, amamentou e educou o Verbo Encarnado, que a amou mais do que qualquer outra criatura. Foi completamente envolvida pelo Espírito Santo, que lhe fez conceber o Filho de Deus, merecendo por isso ser chamada Cheia de Graça. Possuindo uma relação tão estreita com Deus, convinha que, ao final de sua vida neste mundo, não sofresse a corrupção da morte. Por isso, a Virgem, ao contrário dos demais seres humanos, não precisou aguardar a ressurreição dos corpos no juízo universal. Ela já se encontra na glória do Céu em corpo e alma.
A Assunção é uma entre as tantas razões pelas quais a Virgem diz: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Poderoso fez grandes coisas em meu favor” (Lc 1,48s). Aquela que foi a primeira morada de Cristo entre os homens entra neste dia na morada celestial, glorificada acima de todos. Tendo alimentado o Verbo divino, Ela sacia-se agora da visão beatífica. Tendo estabelecido uma intimidade física e espiritual incomparáveis com o Senhor, é aclamada até mesmo pelos Anjos.
O Mistério da Assunção leva-nos a venerar a sempre Virgem Maria e a reconhecer a sua santidade altíssima como Filha predileta de Deus Pai, Mãe de Deus Filho e Esposa de Deus Espírito Santo. Contemplando-a, bendizemos a Deus, que confunde os soberbos e manifesta o seu poder nas criaturas humildes. Reconhecemos, também, que Nossa Senhora é uma poderosa intercessora. Estando continuamente na glória, diante da Face do Altíssimo, Ela pede e fala bem de nós. Temos uma Advogada no Céu!
Além disso, a Assunção leva-nos a pensar na eternidade. Como uma boa Mãe, Nossa Senhora vai à nossa frente, mostrando o caminho que temos a seguir rumo a Deus. Ela já havia se antecipado a todos, recebendo a graça do Senhor ao ser concebida. Antes de qualquer um de nós, Ela acreditara em Jesus Cristo, desde o momento mesmo da Encarnação ao anúncio do Anjo. Quando a Cruz parecia a todos incompreensível, Ela permaneceu de pé no Calvário, unindo-se ao mistério da Paixão e creu na Ressurreição. Agora, antes de todos, Ela é glorificada em corpo e alma.
A celebração da Assunção deve nos levar a desejar a glória do Céu e a trabalhar e orar por essa incomparável graça! Queremos um dia ver a Deus e cantamos: “No Céu, no Céu, com minha Mãe estarei!”…