Chefe de direitos humanos relata situação “infernal” no Haiti

Volker Turk encerrou visita oficial de três dias ao país e se reuniu com primeiro-ministro e representantes do governo; alto comissário destaca que mais de 500 mil crianças são afetadas pelo conflito e 20 mil haitianos estão em condições graves de fome.

Estima-se que um milhão de crianças estão fora da escola no Haiti devido à insegurança e outros fatores. – Unicef

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, termina na sexta-feira(10), uma viagem oficial ao Haiti. A visita ocorre em meio a uma crise no país, com ondas de violência e o aumento nos casos de cólera.

Ele esteve na capital Porto Príncipe e se reuniu com o primeiro-ministro Ariel Henry, o ministro das relações exteriores Jean Victor Geneus e a ministra interina da justiça, Emmelie Prophet-Milcé.

Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, termina nesta sexta-feira, uma viagem oficial ao Haiti

© OHCHR

Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, termina nesta sexta-feira, uma viagem oficial ao Haiti

Ação de gangues

O chefe de direitos humanos também se reuniu com organizações da sociedade civil e com vítimas de violência de gangues, incluindo sexual.

Turk ouviu vítimas e pessoas que trabalham nos locais controlados pelas gangues. Segundo ele, os haitianos descreveram uma situação “infernal”.

O alto comissário afirmou que cerca de 500 mil crianças convivem com o conflito, não podendo frequentar a escola normalmente. Ele acrescentou que pelo menos 20 mil pessoas estão em condições graves de fome. E apesar de tudo isso, o Haiti não está sendo tratado como prioridade na mídia.

Em Ouanaminthe, no nordeste do país, ele viu migrantes e refugiados na fronteira com a República Dominicana e conversou com as autoridades locais e organizações comunitárias.

Crianças

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, afirmou que os atos de violência armada contra escolas incluindo tiroteios, saques e sequestros, aumentaram nove vezes no ano passado.

Nos primeiros quatro meses do ano letivo, de outubro a fevereiro, 72 escolas foram atingidas, contra oito no mesmo período de 2022.

Isso inclui pelo menos 13 instituições no alvo de grupos armados.

Segundo o Unicef e parceiros no terreno, neste período, uma escola foi incendiada, um aluno morto e pelo menos dois funcionários sequestrado.

Estima-se que 1 milhão de crianças estejam fora da escola no Haiti por conta da instabilidade e insegurança social, aos altos custos da educação e aos serviços educacionais precários.

Fonte: ONU

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