Conheça os títulos marianos relacionados à festa da Assunção

Na solenidade da Assunção de Nossa Senhora, no domingo, 15, a Igreja celebra o mistério da glorificação da Mãe de Deus elevada ao céu.

Embora esse dogma tenha sido proclamado somente em 1950, os cristãos de várias partes do mundo já veneravam esse mistério mariano há muito tempo. Isso deu origem a diversos títulos e invocações celebrados na mesma data. Veja a seguir, algumas dessas devoções.

Nossa Senhora da Glória

Nossa Senhora da Glória

Esse título faz referência aos dois últimos mistérios gloriosos do Rosário, a assunção, e a coração da Virgem Maria como rainha do céu e da terra.

O culto à Nossa Senhora da Glória difundido no Brasil remonta ao ano de 1608.  Em 1714, começou  ser construída no Rio de Janeiro, a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, que, no século seguinte, tornou-se a Igreja da família Real e é patrimônio histórico. 

Em São Paulo, a Igreja Nossa Senhora da Glória, construída em 1895, no Cambuci, tornou-se a sede provisória da Paróquia São Joaquim, criada no mesmo ano, pelo então bispo diocesano, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcante. No entanto, o templo continua até hoje sendo matriz paroquial. 

Nossa Senhora do Paraíso

Nossa Senhora do Paraíso

Semelhante à devoção à Nossa Senhora da Glória essa invocação mariana está diretamente associadas ao mistério da assunção de Maria, que ao ser elevada aos céus, habita em corpo e alma no paraíso celeste. 

Essa devoção se popularizou a partir de 1797, em Mazara del Vallo, na Itália em 1797 ao redor de uma pintura de autoria do artista Sebastiano Conca, que retrata  a Mãe de Deus cujo semblante e o olhar indicam a contemplação da glória celeste. 

Em São Paulo, Nossa Senhora do Paraíso é padroeira da catedral dos católicos de rito greco-melquitas, de origem libanesa. A igreja recebeu esse título por estar localizada no bairro do Paraíso.

Nossa Senhora da Boa Viagem

Nossa Senhora da Boa Viagem

Devoção de origem portuguesa, invocada pelos navegadores em suas viagens. A primeira igreja com esse título foi construída em 1618.

No Brasil, esse culto mariano chegou XVIII com os colonizadores  na Bahia e, em 1707, foi erguida uma capela em Recife (PE), que deu origem ao famoso bairro da Boa Viagem.

Nessa mesma época, foi construída uma capela próxima à baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, destruída por um incêndio em 1860 e reconstruída pela Sociedade Protetora dos Homens do Mar.

Nossa Senhora da Boa Viagem é padroeira de Belo Horizonte (MG), e é bastante venerada em São Bernardo do Campo (SP), onde, em 1813, foi criada uma paróquia dedicada a ela, cujo território foio desmembrado da antiga Sé de São Paulo.

Nossa Senhora da Boa Morte

Nossa Senhora da Boa Morte

Uma das mais antigas devoções marianas, tem sua origem  em uma  tradição do primeiro Século, chamada “Dormição de Nossa Senhora”, bastante celebrada pelas igrejas de rito oriental. Segundo esse costume, a passagem da Mãe de Deus para a eternidade é comparada a um sono profundo. Após ser sepultada pelos apóstolos, seu corpo foi elevado à glória celeste. 

A celebração da Dormição de Nossa Senhora começou a ser celebrada oficialmente pela Igreja entre os séculos XVII e XVIII.

A devoção à Nossa Senhora da Boa Morte chegou ao Brasil por meio dos portugueses. Em São Paulo, é padroeira de uma igreja construída na região central.

Nossa Senhora da Abadia

Esta invocação mariana se originou na Abadia do Bouro, próximo à cidade de Braga, em Portugal, venerada em 15 de agosto. Por volta do ano 883, quando os muçulmanos invadiram Espanha e Portugal, os monges fugiram e esconderam a imagem da padroeira.

Mais tarde, em meados do ano 1100, um nobre português convertido revolveu viver com um eremita nos arredores de Braga e encontrou a imagem. Lá, ergueram uma pequena capela e colocaram a imagem e, aos poucos, começou a atrair fiéis.

Essa devoção se popularizou no Brasil a partir de Minas Gerais, onde há várias cidades que têm Nossa Senhora da Abadia como padroeira, e chegou até Goiás, principalmente em Muquém e na antiga capital, Vila Boa (hoje Cidade de Goiás), que ainda conserva sua Igreja Matriz, construída no século XVIII.

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