Na Espanha, milhares de pais e mães estão se unindo espontaneamente, via redes sociais, para promover uma adolescência sem celulares – ou, pelo menos, com drástica redução do seu uso.
No início deste ano letivo, que no Hemisfério Norte começa entre agosto e setembro, algumas famílias em Barcelona criaram um grupo de discussão on-line para sensibilizar outros pais e debater sobre o acesso dos menores a esses dispositivos e, em pouco tempo, mais de 7 mil pessoas aderiram à iniciativa.
“A internet é uma fonte mais de perigo e desconexão do que de virtudes”, afirmou Xavier Casanovas, porta-voz dos pais, à Catalunya Ràdio, acrescentando que as crianças estão conversando muito menos e até olhando muito menos umas para as outras. Para ele, o uso desproporcional de smartphones é “uma nova forma de escravidão, porque do outro lado há alguém que está programando, que está lucrando”.
De fato, as famílias engajadas na iniciativa denunciam que as redes sociais, os videogames e a maioria dos aplicativos são projetados para viciar os usuários. A título de exemplo, eles mencionam que o criador da função “rolagem infinita”, Aza Raskin, se manifestou arrependido por essa invenção e alertou para o seu potencial de gerar dependência.
Os pais também acreditam que os sistemas de controle parental não são uma solução, porque as crianças aprendem facilmente a evitá-los. Boa parte das famílias defende que os filhos só tenham acesso às redes sociais a partir dos 16 anos, quando podem usá-las de modo mais responsável e maduro. Os promotores deste fenômeno cidadão consideram que “a compreensão da leitura e a capacidade de concentração despencaram devido ao boom tecnológico”. Além disso, eles observam que, por meio dos smartphones “53,8% dos menores acessam pornografia antes dos 13 anos e 8,7% antes mesmo dos dez”.
Fonte: Aleteia Brasil