Nesta sexta-feira, una-se em oração pelos cristãos perseguidos em todo o mundo

Atualmente, 67% da população do planeta vive em países com graves violações da liberdade religiosa; os cristãos têm sido os alvos preferenciais dessa perseguição

Há sete anos, em 6 de agosto de 2014, cerca de 100 mil cristãos se viram obrigados a deixar seus lares no Iraque após sofrer ataques dos extremistas do Estado Islâmico.

As cenas de doentes, grávidas, idosos, crianças e adultos caminhando assustados em direção às cidades curdas de Erbil e Dohuk, à procura de abrigo, água, comida e medicamentos, chamou a atenção mundial e não passou despercebida pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), que na manhã seguinte mobilizou os benfeitores e iniciou campanhas e projetos para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos e refugiados.

Para fazer memória desta data e ressaltar que os cristãos em todas as partes do mundo devem ser respeitados em sua dignidade e expressão de fé, a ACN realiza anualmente, em 6 de agosto, o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos.

No Brasil, a celebração da data tem o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e todos os fiéis são convidados a rezar – em paróquias ou em suas casas – pelos cristãos que sofrem perseguição religiosa.

Uma das ações da 7a edição do Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos será a celebração de uma missa, às 15h da sexta-feira, 6, presidida pelo Frei Rogério Lima, Assistente Eclesiástico da ACN Brasil. Essa celebração será transmitida pelo Youtube e o Facebook. Às 18h, haverá a reza do Terço pelos Cristãos Perseguidos também transmitida pelo Youtube e o Facebook.

“Rezar é dizer que nos importamos e que estamos ao lado dos irmãos que pagam um alto preço por acreditarem em Jesus. Será realmente muito bom rezarmos pelos cristãos perseguidos; quem sabe a oração do Terço ou até mesmo pedir que cada um de nossos familiares e amigos se lembrem em suas orações desses nossos irmãos que são perseguidos por serem cristãos”, convida o Frei Rogério Lima.

Cristãos: alvos preferenciais da perseguição religiosa

Atualmente 67% da população mundial vive em países com graves violações da liberdade religiosa.

Os cristãos são os que mais sofrem essas privações. Na África, por exemplo, mulheres cristãs são raptadas e suas crianças forçadas a tornarem-se soldados de grupos terroristas; na Ásia, cristãos são vigiados constantemente e muitos presos por causa de sua fé; no Oriente Médio, jovens cristãs são sequestradas e forçadas a se casar.

Conforme consta no relatório “Presos em nome da fé”, produzido pela ACN e cujo conteúdo foi detalhado em recente reportagem do O SÃO PAULO, usar um símbolo da fé cristã, participar da missa ou do culto ou simplesmente ser reconhecido como cristão é altamente perigoso para mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os cristãos têm sofrido perseguições de grupos radicais e governos e são ameaçados para que se convertam forçosamente à religião predominante de uma nação, na maioria dos casos o Islã. Também são acusados, injustamente e sem provas, de blasfemar contra uma expressão de fé. Não raro, o desfecho é que esses cristãos sejam presos, sequestrados, violentados e até mortos.

De acordo com a ACN, a liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países do mundo (31,6%), onde vivem 67% da população mundial e os alvos preferenciais dos ataques, que vão desde frases discriminatórias a atos de violência gratuita, são os cristãos.

Um dos casos mais recentes é de um sacerdote católico, no Mali, que foi sequestrado com quatro de seus paroquianos. Estes foram libertados horas depois, mas o presbítero permaneceu sob o domínio dos sequestradores por 22 dias. “Tudo é obra da graça de Deus. Desde aquele dia vocês criaram uma corrente de oração. Cada um de vocês, por meio do Rosário e outras orações, chamou a Deus, nosso libertador”, disse o Padre León em sua mensagem enviada à ACN, após ser libertado.

Sobre a ACN

A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) apoia projetos da Igreja Católica nos cinco continentes.

Em 2020, a partir dos donativos de mais de 345 mil benfeitores, cerca de 35 mil deles do Brasil, a ACN destinou 68,6 milhões de euros a 4.758 projetos, em 138 países. Outros 12,2 milhões de euros foram usados em favor de cristãos desfavorecidos e perseguidos.

Em 2020, a maior necessidade dos apoiados foi a manutenção das atividades da Igreja, em razão das restrições advindas da pandemia de COVID-19.

Os dados do Relatório de transparência da ACN também foram detalhados em recente reportagem do O SÃO PAULO.

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