Também o Papa Francisco teme que tensões na fronteira Ucrânia-Rússia possam ‘colocar em questão a segurança do continente europeu’
O Arcebispo da Igreja Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk, de Kiev-Halych, na Ucrânia, fez um relato à agência Catholic News sobre o temor da população diante das crescentes tensões na fronteira ucraniana com a Rússia.
“As pessoas estão dominadas por um grande medo, e isso é normal diante de tal perigo”, comentou, ao falar sobre o fato de a Rússia continua a enviar tropas ao longo de sua fronteira com a Ucrânia e os Estados Unidos e outros países da OTAN colocarem tropas em alerta para um possível deslocamento.
Ao mesmo tempo, disse Dom Sviatoslav, “como cristãos, temos esperança da vitória do bem sobre o mal. Rezamos especialmente por aqueles que querem prejudicar nosso povo, para que o Senhor desvie suas más intenções e os guie para o caminho da Paz”.
Segundo o arcebispo, ele, seus fiéis e todos os ucranianos são gratos ao Papa Francisco pelo Dia de Oração pela Paz na Ucrânia, convocado para a quarta-feira, 26, e pelas constantes orações do Pontífice pelo fim da luta que começou em 2014 entre separatistas e forças ucranianas no leste do país.
“A luta equivaleu a uma guerra silenciosa: não foi mencionada com frequência nos últimos anos, e a voz do Santo Padre foi praticamente a única que pediu paz e chamou a atenção para esta ferida sangrenta na Europa Central”, completou.
Agora, porém, “a situação é especialmente crítica”, disse o Arcebispo à Catholic News. “Percebemos uma ameaça real da Rússia na forma de uma invasão em grande escala do nosso país.”
Convocando um dia de oração, o Papa Francisco expressou sua preocupação de que as tensões na fronteira ucraniana-russa possam “colocar em questão a segurança do continente europeu, com repercussões ainda mais amplas”, complementou.
“Está mais claro do que nunca que a guerra na Ucrânia não é apenas uma guerra contra a Ucrânia e, portanto, não é apenas um problema para os ucranianos”, ressaltou o Prelado. “É óbvio que, hoje, a Europa está enfrentando a pior crise de segurança em décadas”, e o Papa “percebe quão dramáticos os cenários possíveis podem ser para todo o continente europeu”.
Em uma mensagem de vídeo pedindo aos ucranianos que orassem, o arcebispo lhes disse: “Quando surgem novos perigos e o inimigo está à nossa porta, nossos militares verificam sua eficiência de combate, os estadistas trabalham para agilizar os mecanismos sociais, os diplomatas trabalham para garantir que o mundo apoie nossos pessoas e nosso estado. E o que os cristãos fazem? Os cristãos oram, jejuam e se arrependem de seus pecados.”
Fonte: UCA News