Síria: Minorias cristãs no país vivem período de incertezas 

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Após a queda de Bashar al-Assad, ex-presidente da Síria que governou o país de 2000 a 2024 – ele é a segunda geração de uma dinastia familiar autocrática que manteve o poder por mais de cinco décadas –, iniciou-se um período de incertezas para as minorias sírias. Agora, alguns cristãos também pedem uma reavaliação crítica do papel dos seus líderes religiosos durante a ditadura de Assad. 

A Síria é majoritariamente composta de muçulmanos sunitas, enquanto os muçulmanos alauítas são o segundo maior grupo religioso, representando cerca de 10% da população. Apesar de não fazer parte da maioria, a família Assad segue a linha alauíta. 

No dia 6, um confronto entre o novo do governo e as forças apoiadoras do presidente deposto deixou centenas de mortos. Imagens da onda de violência passaram a ser compartilhadas nas redes sociais, afirmando que cristãos teriam sido o foco das investidas. Autoridades internacionais e veículos de comunicação católicos, porém, apontam que o alvo dos ataques e a maioria dos mortos são muçulmanos alauítas, tradicionalmente apoiadores de Assad. 

Em notícia publicada no dia 11, o jornal católico francês La Croix conversou com líderes religiosos sírios, que estimaram entre 10 e 12 cristãos assassinados durante o conflito. 

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Em entrevista ao La Croix, Dom Jacques Mourad, Arcebispo de Homs, afirmou que as ações não foram especificamente contra pessoas cristãs. Vincent Gelot, gerente de um projeto de ajuda católica na Síria, também falou que “não houve massacres de cristãos, mas assassinatos em massa de alauítas”. 

O jornal The New Arab, com sede em Londres, no Reino Unido, noticiou que líderes religiosos negam que cristãos sejam alvos principais dos assassinatos. 

Antes de a guerra civil estourar, em 2011, os cristãos sírios representavam cerca de 10% da população, pouco mais de 2 milhões de pessoas. Não se sabe ao certo quantos deles ainda vivem no país, uma vez que estão distribuídos em 11 diferentes ramificações, sendo as igrejas Ortodoxa Grega e Greco-Católica Melquita – ligada ao Vaticano – as mais numerosas. Há ainda uma modesta Igreja Protestante, que, antes de 2011, tinha cerca de 300 mil membros. 

Fontes: Estadão Verifica, A Referência e UOL

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