A Igreja recorda os Santos Cornélio, papa e Cipriano, bispo, mártires

Cornélio, nascido entre os anos 251 -253, pontífice e pastor, de alma grande e misericordiosa, muito trabalhou pela reconquista e reconciliação dos cristãos que tinham cedido às perseguições. Ao mesmo tempo, defendeu a unidade da Igreja contra os cismáticos novacianos, confortado pela solidariedade de Cipriano. Morreu em Civitavecchia (Roma), exilado pelo imperador Galo, e foi sepultado no cemitério de Calisto.

Cipriano (Cartago, Tunísia, por volta do ano de 210 – Sesti, perto de Cartago, 14 de setembro de 258), convertido do paganismo em 245, foi ordenado bispo de Cartago em 249. Entre os expoentes máximos, juntamente com Tertuliano, da primeira latinidade cristã, em seu magistério deu notável contribuição à doutrina sobre a unidade da Igreja reunida em torno da Eucaristia sob a direção do bispo. Morreu mártir na perseguição de Valeria no. Seus nomes estão mencionados no Cânon Romano.

A comemoração destes dois mártires, no mesmo dia, é muito antiga. O Martirológio de São Jerônimo já os celebrava juntos. Esta data escolhida indica, em particular, a renúncia ao trono papal do primeiro e a morte do segundo por decapitação.

Cornélio, o Papa da mansidão

Em Roma, no ano 251, após alguns anos de cargo vacante, devido à perseguição de Décio, Cornélio foi eleito Papa: era um romano, talvez de origens nobres, mas, certamente, reconhecido como homem de fé, justo e amoroso. Porém, a sua eleição não foi aceita pelo herege Novaciano, que se fez consagrar antipapa e promoveu um cisma precisamente na Cidade de Roma. Cornélio – que apoiava à distância o Bispo Cipriano – foi acusado de ser muito manso com os “lapsos”: estes eram apóstatas, que retornavam à Igreja, sem as devidas penitências, mas simplesmente com a apresentação de um certificado de reconciliação, obtido de algum suposto confessor. Além do mais, uma epidemia abateu-se sobre Roma e, depois, teve início também a perseguição anticristã de Galo. O Papa Cornélio foi exilado e preso em Civitavecchia, onde faleceu, mas foi sepultado nas catacumbas de São Calisto, em Roma.

Cipriano, Bispo convertido

Cipriano nasceu em Cartago, no ano 210: era um hábil retórico, que exercia a profissão de advogado. Certo dia, ao ouvir a palavra de Jesus, converteu-se ao Cristianismo. Transcorria o ano 246. Graças à sua fama de intelectual, foi imediatamente ordenado sacerdote e consagrado Bispo da sua cidade. Mas, em Cartago, a situação dos cristãos não era fácil: agravaram-se as perseguições de Décio, depois de Galo, Valeriano e Galieno. Assim, muitos fiéis, ao invés de morrer, decidiram voltar ao paganismo. Com o tempo, alguns se arrependeram, mas a conduta de acolhida e benevolência do Bispo Cipriano com eles não foi aceita pelos rigoristas. Envolvido na contenda dos “lapsos”, lutou contra o Padre Novato, que apoiava o antipapa Novaciano, e contra o diácono Felicissimo, que havia eleito Fortunato como antibispo. Em 252, Cipriano conseguiu convocar um Concílio em Cartago para condená-los, enquanto o Papa Cornélio, em Roma, confirmava a excomunhão deles. Durante a perseguição de Valeriano, o clandestino Cipriano retornou a Cartago, para dar testemunho da fé, mas ali foi martirizado.

Fonte: Vatican News

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