Ministério Público investiga causas de desmoronamento em obras do Metrô na Marginal Tietê

Reprodução de imagem de tevê

A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo instaurou na terça-feira, 1º, um inquérito civil para apurar as causas do desmoronamento ocorrido no canteiro de obras da linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo na Marginal Tietê. O órgão também investigará a extensão dos danos urbanísticos e ambientais decorrentes do incidente, que prejudica a mobilidade urbana no município. “A promotoria requisitou informações já tomadas pelo consórcio contratado pelo governo do estado de São Paulo”, diz nota do Ministério Público.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que equipes da empresa estão trabalhando para reverter o esgoto da tubulação danificada (ITI-7) para outra tubulação próxima, realizando dessa forma o esvaziamento do local. “Após o esgoto ter sido totalmente escoado, será possível fazer um diagnóstico mais preciso do interceptor avariado e estabelecer prazos”.

A tubulação, chamada interceptor de esgotos, que foi rompida, é responsável por encaminhar o esgoto, coletado principalmente na região central da cidade, para tratamento em Barueri (SP).

Concessionária

No início da noite da terça-feira, a Acciona, concessionária responsável pelas obras de construção da linha 6 Laranja do Metrô, descartou que o desmoronamento esteja relacionado diretamente às operações de construção da linha.

“Com as informações disponíveis neste momento, o incidente ocorrido esta manhã na Marginal Tietê não está relacionado diretamente ao desenvolvimento das obras da Linha 6 Laranja. Trata-se de um rompimento de um interceptor de esgoto”, disse a concessionária, em nota.

A concessionária destacou ainda que o desmoronamento não causou vítimas, foi pontual e não interfere nas demais frentes de trabalho do projeto, que seguirão em execução.

Mais cedo, o presidente da concessionária negou que a tuneladora – equipamento que escavava a linha e é chamado, popularmente, de tatuzão – tenha se chocou com a rede coletora de esgoto. “Provavelmente [o rompimento] tenha a ver com a chuva, com erosões, porque a tuneladora estava a três metros dessa coletora. Não houve nenhum choque”, disse André de Ângelo, presidente da Acciona.

O rompimento dos dutos de esgoto inundou o túnel do metrô em construção e desestabilizou o solo, causando o desmoronamento que atingiu a pista de rolamento local da Marginal Tietê, no sentido da rodovia Ayrton Senna. A marginal está com apenas parte de suas vias liberadas para o tráfego, o que causa um grande congestionamento.

Maior obra de infraestrutura em execução atualmente na América Latina, a construção da linha 6 Laranja é uma parceria público-privada (PPP) do governo do Estado de São Paulo com a Concessionária Linha Universidade. As obras estão em execução pelo braço de construção do grupo Acciona.

Aumento da cratera

Após o desmoronamento, todas as pistas da Marginal Tietê, sentido rodovia Ayrton Senna, chegaram a ser interditadas. Por volta das 13h, o trânsito chegou a liberado nas pistas central e expressa na altura do acidente. No entanto, após a 16h30, o asfalto voltou a desabar, aumentando as dimensões da cratera, e técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) voltaram a interromper o trânsito na pista central.

Fonte: Agência Brasil e G1

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