Missão de Férias: uma experiência mais direta com a realidade pastoral da Arquidiocese

No Seminário de Teologia, seminaristas participam de missa e avaliam a Missão de Férias 2022
Foto: Gil Pierre de Toledo Herck

Na conclusão das atividades da Missão de Férias de 2022, a comunidade seminarística arquidiocesana se reuniu na segunda-feira, 11, no Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, com sacerdotes e leigos representantes das paróquias visitadas, para partilhar os resultados das missões, que não aconteciam na modalidade presencial desde o início da pandemia. 

O encontro teve início com a fala de Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial para a Pastoral Vocacional e os Seminários. Ele saudou os presentes em nome do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que está em viagem a Bogotá, na Colômbia, para a assembleia extraordinária do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam). 

Dom Ângelo destacou que o propósito da Missão de Férias, promovida anualmente no mês de julho, é proporcionar aos futuros padres uma experiência mais direta com a realidade pastoral da Arquidiocese, permitindo-lhes dar dimensão prática e vivencial às convicções íntimas que inspiram sua vocação. Ele disse também que o contato pessoal com a realidade sofrida de tantos irmãos é ocasião de criar vínculos que enchem o coração de esperança e fortalecem os jovens na caminhada de formação. 

O Bispo recordou, ainda, que a missão de 2022 foi entrecortada pelo falecimento do Cardeal Cláudio Hummes, ocorrido no dia 4, e pela ordenação diaconal de alguns seminaristas da Arquidiocese, no dia 9. Ele lembrou que a morte de Dom Cláudio, após um incansável zelo missionário até o esgotamento de suas forças, aponta para o sentido último de toda missão, o percurso que foi percorrido em sua plenitude – pois, afinal, ser padre não é uma mera profissão, da qual alguém simplesmente “se aposenta” após certa idade. Já a cerimônia de ordenação dos novos diáconos, como etapa marcante rumo ao sacerdócio, renova nos seminaristas a aspiração ardente ao ministério, como missão que Deus lhes propõe. Na sequência, ouviram-se os relatos dos participantes da missão, tanto seminaristas quanto membros das paróquias visitadas. Chamou a atenção a percepção de que, embora as regiões visitadas sejam periféricas e de condições econômicas modestas, como o Peri Alto, Sapé, Morro Doce, a maior carência das pessoas parece ser de cunho humano e espiritual: mais do que pão, falta-lhes muitas vezes alguém que escute suas dificuldades com empatia e abertura, um sorriso e um abraço afetuoso, e uma palavra verdadeira sobre o amor de Deus.

A partilha foi concluída com uma exortação aos seminaristas a não descuidarem da própria vida espiritual, do diálogo íntimo e cotidiano com Nosso Senhor, a buscarem Nele a força para consolar as aflições de tantos que os procuram. 

Após a exibição de um filme com registros desse momento missionário, Dom Ângelo presidiu a Santa Missa em ação de graças pela missão, relembrando a todos, na Festa de São Bento, que o espírito contemplativo e a visão sobrenatural devem integrar não só a vida do monge, mas de todo cristão leigo e sacerdote secular. O encontro foi encerrado com um almoço festivo. 

Por Gil Pierre de Toledo Herck
Especial para O SÃO PAULO

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