Afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, durante a 120ª Romaria Arquidiocesana a Aparecida
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa da 120ª Romaria Arquidiocesana a Aparecida, no domingo, 2.
Devido à pandemia de COVID-19, assim como no ano passado, a Eucaristia foi concelebrada pelos bispos auxiliares e alguns padres da Arquidiocese. Também participou um grupo de leigos e religiosos, representando as paróquias e comunidades das seis regiões episcopais, que se somou aos devotos e romeiros de diversos lugares em peregrinação ao Santuário Nacional.
Os fieis da Arquidiocese se uniram à romaria em comunhão e oração, de suas casas, acompanhando a celebração pelos meios de comunicação e mídias sociais.
LEIA TAMBÉM: ‘Com esperança, confiança e muita paciência, estamos aguardando a volta dos devotos’ Aparecida será um dos 30 santuários do mundo com orações do Papa pelo fim da pandemia |
Casa da Mãe
Com o tema “A ti recorremos, Mãe Aparecida, nosso consolo e esperança”, a Igreja Particular de São Paulo peregrinou ao Santuário Nacional para colocar diante da padroeira do Brasil a vida, alegrias, sofrimentos e angústias da população da maior arquidiocese do País, que vive uma das fases mais críticas da pandemia.
“E tão bom voltar à casa da Mãe e, mais ainda, quando a vida está difícil, quando as coisas estão complicadas, como agora. Tanto problemas, tantas situações de sofrimento, dor, ansiedade, luto, mas, também, de esperança. Quantas coisas bonitas também estão acontecendo graças à força que vem da fé, da generosidade, da caridade”, manifestou Dom Odilo, na homilia.
O Cardeal recordou, ainda, que, nas horas difíceis, a mãe dá forças. “É isto que nós todos precisamos neste tempo. Nossa Senhora não está desatenta às dores e necessidades do seus filhos”, ressaltou.
Unidos à videira
Chamando a atenção para o Evangelho do 5º Domingo da Páscoa, o Arcebispo afirmou que a condição dos cristãos é permanecer unidos à videira que é Cristo e que, nele, deem frutos. “Ser cristão significa produzir os frutos da fé, do Evangelho. Por isso mesmo, nossa vida deveria estar todos os dias sempre voltada a produzir esses frutos”, disse.
Em seguida, Dom Odilo sublinhou a necessidade da perseverança e constância no testemunho de fé. “O ramo só ficará vivo se ele permanecer unido à videira. Se nós, como cristãos, não perseveramos na fé e na união com Cristo, nossa vida será vazia e morrerá”.
“Tudo isso nos é pedido neste tempo em que vivemos, de pandemia…. Como cristãos, não devemos desanimar. Devemos continuar firmes, a crer, a esperar, mas também a fazer a nossa parte. Sim! A produzir, nesta condição que estamos vivendo, os frutos da fé”, exortou o Cardeal, citando entre tais frutos o socorro e cuidado aos doentes, aos pobres, zelar pela própria saúde, dom de Deus.
Por fim, Dom Odilo pediu: “Que nós superemos este tempo com a presença e a intercessão de nossa mãe e padroeira, Nossa Senhora Aparecida”.
História de comunhão e devoção
Em 1717, quando foi encontrada a imagem da Padroeira do Brasil, todo o estado de São Paulo pertencia à então Diocese do Rio de Janeiro. Com a criação da Diocese de São Paulo, em 1745, que depois foi elevada a Arquidiocese, em 1908, Aparecida passou a fazer parte de seu território. Somente em 1958 foi criada, pelo Papa Pio XII, a Arquidiocese de Aparecida, tendo como primeiro Arcebispo o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, até então Arcebispo de São Paulo.
Dom Duarte Leopoldo e Silva, em 1908, obteve do Papa Pio X a concessão do título Basílica Menor para a primeira igreja construída em 1745 em Aparecida, popularmente conhecida como Basílica Velha. Na ocasião, Dom Duarte também celebrou a dedicação do templo.
Até a chegada dos primeiros missionários redentoristas, em 1894, o atendimento pastoral e espiritual da Basílica de Aparecida ficou aos cuidados do clero da Diocese de São Paulo.