‘Sejamos testemunhas da verdade de Cristo, mesmo em meio às perseguições’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, neste sábado, 26,  na capela de sua residência, a missa da memória de Santo Estêvão.

Considerado o primeiro mártir cristão, foi um dos sete diáconos ordenados pelos apóstolos. Seu martírio ocorreu entre os anos 31 e 36 e é relatado nos capítulos 6 e 7 do livro dos atos dos Apóstolos.

Estevão era conhecido como um verdadeiro ministro da caridade, mas não se limitava ao trabalho social de que fora incumbido. Não perdia a chance de anunciar o Evangelho, o  que fazia com tanto fervor e zelo, que chamou a atenção dos judeus. Levado diante das autoridades judaicas, foi caluniado e acusado de subverter as leis de Moisés. Mas o jovem, inspirado pelo Espírito Santo, relembrou toda a história da salvação, mostrando que não havia blasfemado nem contra Deus, nem contra a Lei.

As lideranças, porém, ficaram ainda mais iradas, levaram-no aos gritos para fora da cidade e o apedrejaram até a morte. Antes de tombar morto, Estevão repetiu as palavras de Jesus no Calvário, pedindo a Deus perdão para seus agressores. Entre seus acusadores presentes em seu martírio, estava Saulo de Tarso, que depois se tornaria o Apóstolo São Paulo.

Perseguido como o Mestre

Na homilia, Dom Odilo destacou que, ao celebrar a memória de um mártir um dia após a solenidade do nascimento de Jesus, a Igreja recorda que “aquele que nós acolhemos com festa é também aquele que foi perseguido e, todos os que estão com ele também acabam sofrendo perseguição”.

“Estevão é um discípulo de Jesus e, por isso, é descrito à semelhança de Cristo. Antes de morrer, ainda grita: ‘vejo o céu aberto e o Filho do Homem à direita de Deus, isto é, Jesus glorioso. Essa é, portanto, a última profissão de fé que ele faz antes de morrer”, observou o Cardeal, acrescentando que essa cena significa que que Jesus é o único juiz dos vivos e dos mortos.

“Estêvão é, portanto, testemunha da fé, de Jesus Cristo e do Evangelho. E, assim, depois deles, virão tantos outros até os dias atuais. A perseguição, a calúnia, a maledicência fazem parte das perseguições aos discípulos de Cristo”, salientou o Arcebispo.

Falsas testemunhas

Dom Odilo enfatizou que, assim como Estevão foi condenado à morte pelas autoridades religiosas, “porque queriam salvar a religião” de sua época. O Cardeal sublinhou que, hoje, há aqueles que condenam com a pretensão de salvar a religião, porém, baseados em ideologias.

“Há pessoas que acusam, apedrejam e caluniam até o Papa com base em ideologias. Testemunhas falsas, falsos julgamentos”, afirmou o Purpurado, reforçando que se deve deixar julgar por Jesus Cristo com base no Evangelho.

“O Natal nos traz a luz de Deus que brilha nas trevas. Deixemo-nos conduzir pela verdade de Deus. Pela intercessão de Santo Estevão, tenhamos perseverança e coragem para testemunhar o Evangelho, mesmo em meio às dificuldades e perseguições”, concluiu Dom Odilo.

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