Em motu proprio, Papa Francisco busca fortalecer o carisma do Opus Dei

Documento ‘Ad charisma tuendum’ foi promulgado na sexta-feira, 22, e entrará em vigor em 4 de agosto

Papa com o Prelado do Opus Dei, Dom Fernando Ocáriz, e o Vigário geral, Monsenhor Fazio

Quarenta anos após a constituição apostólica ‘Ut sit’, que erigiu por obra de São João Paulo II a Prelazia do Opus Dei, o Papa Francisco modifica algumas de suas estruturas com base na Praedicate Evangelium, com o objetivo de “proteger o carisma” e “promover a ação evangelizadora que seus membros realizam no mundo” difundindo “o chamado à santidade no mundo, por meio da santificação do trabalho e dos compromissos familiares e sociais”.

A nova orientação é estabelecida pelo motu proprio ‘Ad charisma tuendum’, promulgado esta sexta-feira, 22 de julho, com o qual o Papa modifica alguns artigos da ‘Ut sit’, harmonizando-os com o que foi estabelecido pela recente constituição apostólica. As novas disposições entrarão em vigor em 4 de agosto.

Em primeiro lugar, lê-se no primeiro artigo, com base no artigo 117 do Praedicate Evangelium, o Dicastério vaticano de referência para o Opus Dei não será mais o dos Bispos, mas o do Clero, ao qual o Prelado, a mais alta autoridade, apresentará um relatório anual sobre o estado da Prelatura. O próprio Prelado, diferentemente do passado, não poderá mais ser nomeado bispo e isto – explica-se no artigo 4 do Motu Proprio – para “reforçar a convicção de que, para a proteção do dom peculiar do Espírito, é necessária uma forma de governo fundada mais no carisma do que na autoridade hierárquica”. Portanto, o título que caberá ao Prelado do Opus será o de Protonotário apostólico supranumerário com o título de reverendo monsenhor.

Recordando a “grande esperança” com que a Igreja dirigiu “seus cuidados maternos e suas atenções para com o Opus Dei” no momento de sua constituição como Prelatura, segundo as palavras do Papa Wojtyla na ocasião, com este motu proprio, se acrescenta no texto do documento papal, se “pretende-se confirmar a Prelazia do Opus Dei no âmbito autenticamente carismático da Igreja, especificando sua organização de acordo com o testemunho do Fundador, São Josemaría Escrivá de Balaguer, e com os ensinamentos da eclesiologia conciliar a respeito das Prelazias pessoais”.

Ao aceitar “filialmente” o que Francisco dispôs, o Prelado do Opus, Dom Fernando Ocáriz, espera em uma carta enviada aos membros da Prelazia que o convite do Papa “ressoe fortemente em cada uma e em cada um deles” como uma “oportunidade de compreender em profundidade o espírito que o Senhor infundiu em nosso fundador e de compartilhá-lo com muitas pessoas do ambiente familiar, profissional e social”.

Com relação à figura do Prelado a partir de agora, enquanto expressa sua gratidão “pelos frutos da comunhão eclesial que o episcopado do Beato Álvaro e de Dom Javier representou”, Dom Ocáriz reconhece na carta que “a ordenação episcopal do prelado não era e não é necessária para conduzir o Opus Dei. O desejo do Papa de enfatizar agora a dimensão carismática da Obra nos convida a reforçar o ambiente de família, afeto e confiança: o prelado deve ser um guia, mas, acima de tudo, um pai”.

A carta do Prelado é acompanhada por uma série de oito perguntas e respostas sobre o significado do motu proprio e suas implicações mais diretas na vida dos membros da Prelazia. Em particular, sobre a relação entre carisma e hierarquia, ressalta-se que no motu proprio “se recorda que o governo do Opus Dei deve estar a serviço do carisma – do qual somos administradores, e não proprietários – para que ele cresça e dê frutos, com a fé de que é Deus quem opera tudo em todos”.

ACESSE A ÍNTEGRA DO MOTU PROPRIO (em italiano)

Fonte: Vatican News

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Antônio Carlos Nunes
Antônio Carlos Nunes
2 anos atrás

Este foi sempre o desejo do Nosso Padre e o mesmo incutiu em cada uma de suas filhas e filhos amar e servir a Igreja muito unido ao Santo Padre.

Vilma Januário Pinha
Vilma Januário Pinha
2 anos atrás

Servir à igreja como ela quer ser servida , esse é o verdadeiro desejo do fundador . O que vier no santo padre nós acolhemos como vindo do próprio Deus