Francisco aos ortodoxos de Chipre: ‘descendemos do mesmo ardor apostólico’

Santo Padre faz visita de cortesia ao Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa em Chipre (Foto: Vatican Media)

Na manhã desta sexta-feira, 3, segundo dia de sua viagem apostólica a Chipre, o Papa Francisco se encontrou com o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa do país.

O Pontífice Romano foi acolhido pelo Arcebispo Ortodoxo de Nicósia, Chrysostomos II, acompanhado de bispos e clérigos locais.

Em seu discurso, o Santo Padre recordou a origem apostólica comum das duas igrejas, pois, antes de chegar a Roma, São Paulo passou por Chipre. Francisco recordou que ambas as comunidades descendem “do mesmo ardor apostólico e interliga-nos um único caminho: o do Evangelho”.

Filhos da consolação

Assim como fez em sua chegada a Chipre, diante da comunidade católica, o Santo Padre dedicou seu discurso ao apóstolo cipriota São Barnabé, cujo nome significa ao mesmo tempo “filho da consolação” e “filho da exortação”.

“Para ser filhos da consolação, antes de dizer algo, é preciso ouvir, deixar-se questionar, descobrir o outro, compartilhar. Pois o Evangelho transmite-se por comunhão”, afirmou o Papa, referindo-se à sinodalidade da Igreja.

“É isto que nós, como católicos, desejamos viver nos próximos anos, redescobrindo a dimensão sinodal, constitutiva do ser Igreja”, acrescentou o Pontífice, desejando contar com a experiência dos ortodoxos sobre esse aspecto.

Diálogo

Papa Francisco e o Arcebispo ortodoxo Chrysostomos II (Foto: Vatican Media)

A propósito da vivência que une as duas Igrejas, o Francisco citou o trabalho da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico. Também manifestou sua solidariedade diante de todas as alegrias e tristezas que devem enfrentar e encorajou a prosseguir no caminho rumo à unidade com a coragem do despojamento.

“Não nos deixemos paralisar pelo temor de nos abrir e realizar gestos audazes; não apoiemos aquela ‘incompatibilidade das diferenças’ que não está prevista no Evangelho”, frisou o Papa.

Para Francisco, é preciso deixar de lado teorias abstratas e trabalhar juntos lado a lado, por exemplo, no campo da caridade, da educação e da promoção da dignidade humana.

“Também hoje não faltam falsidades e enganos que o passado coloca diante de nós e que atrapalham o caminho. Séculos de divisão e distanciamento fizeram-nos assimilar, mesmo involuntariamente, não poucos preconceitos hostis a respeito dos outros. (…) Mas tudo isto desvirtua o caminho de Deus, que tende para a concórdia e a unidade”, disse.

Por fim, o Santo Padre ressaltou ser preciso deixar-se inspirar por Barnabé, Paulo, Marcos e inumeráveis santos que passaram por esta terra, acrescentando que eles “impelem a navegar juntos rumo ao porto por que todos suspiramos”. “Lá de cima, convidam a fazer de Chipre, que já é ponte entre Oriente e Ocidente, uma ponte entre o Céu e a terra”, completou.

(Com informações de Vatican News)

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