O valor da Eucaristia nas palavras do Papa Francisco

Papa Francisco, na missa de Corpus Christi de 2020 (foto: Vatican Media)

Em 8 anos de pontificado, foram diversas as ocasiões em que o Papa Francisco falou sobre o Sacramento da Eucaristia durante homilia e, especialmente, em suas catequeses durante as audiências gerais, às quartas-feiras.

A seguir, O SÃO PAULO apresenta alguns trechos desses ensinamentos.

Audiência Geral de 8 de novembro de 2017

“A Eucaristia é um acontecimento maravilhoso no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. Participar na Missa ‘é viver outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor torna-se presente no altar para ser oferecido ao Pai pela salvação do mundo’. O Senhor está ali conosco, presente. Muitas vezes nós vamos ali, olhamos para as coisas, falamos entre nós enquanto o sacerdote celebra a Eucaristia… e não celebramos ao lado d’Ele. Mas é o Senhor! Se hoje viesse aqui o Presidente da República ou qualquer pessoa muito importante do mundo, certamente todos estaríamos perto dela, e gostaríamos de a saudar. Mas repara: quando tu vais à missa, o Senhor está lá! E tu distrais-te. É o Senhor! Devemos pensar nisto. ‘Padre, mas as missas são tediosas’ —  ‘Que dizes, o Senhor é tedioso?’ — ‘Não, a Missa não, os sacerdotes’ — ‘Ah, que os sacerdotes se convertam, mas é o Senhor quem está ali!’. Está claro? Não o esqueçais. ‘Participar na Missa é como viver outra vez a paixão e a morte redentora do Senhor’.

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Audiência Geral de 22 de novembro de 2017

“Cada celebração da Eucaristia é um raio daquele sol sem ocaso que é Jesus ressuscitado. Participar na Missa, em particular aos domingos, significa entrar na vitória do Ressuscitado, ser iluminados pela sua luz, abrasados pelo seu calor. Através da celebração eucarística o Espírito Santo torna-nos partícipes da vida divina que é capaz de transfigurar todo o nosso ser mortal. E na sua passagem da morte para a vida, do tempo para a eternidade, o Senhor Jesus arrasta também a nós com Ele para fazer a Páscoa. Na Missa faz-se a Pascoa. Nós, na Missa, estamos com Jesus, morto e ressuscitado e Ele arrasta-nos em frente, para a vida eterna. Na Missa unimo-nos a Ele. Aliás, Cristo vive em nós e nós vivemos n’Ele: ‘Estou crucificado com Cristo — diz Paulo — , já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim’ (Gl 2, 19-20). Paulo pensava desta forma”.

Papa celebra a primeira comunhão de crianças na Bulgária, em 2019 (foto: Vatican Media)

“É este o significado da Missa: entrar nesta paixão, morte, ressurreição, ascensão de Jesus; quando vamos à Missa é como se fôssemos ao calvário, a mesma coisa. Mas pensai: no momento da Missa vamos ao calvário — usemos a imaginação — e sabemos que aquele homem ali é Jesus. Mas, será que nos permitiríamos conversar, tirar fotografias, dar um pouco de espetáculo? Não! Porque é Jesus! Certamente estaríamos em silêncio, no pranto e também na alegria de sermos salvos. Quando entramos na Igreja para celebrar a Missa pensemos nisto: entro no calvário, onde Jesus oferece a sua vida por mim. E assim desaparece o espetáculo, desaparecem as tagarelices, os comentários e estas coisas que nos afastam de algo tão bonito que é a Missa, o triunfo de Jesus”

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Audiência Geral de 18 de março de 2018

“Cada vez que recebemos a Comunhão, assemelhamo-nos mais a Jesus, transformamo-nos mais em Jesus. Do mesmo modo que o pão e o vinho são transformados no Corpo e Sangue do Senhor, assim quantos os recebem com fé são transformados em Eucaristia viva. Ao sacerdote que, distribuindo a Eucaristia, te diz: ‘O Corpo de Cristo’, tu respondes: ‘Amém’, ou seja, reconheces a graça e o compromisso que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando recebes a Eucaristia, tornas-te corpo de Cristo. Isto é bonito, é muito bonito. Enquanto nos une a Cristo, arrancando-nos dos nossos egoísmos, a Comunhão abre-nos e une-nos a todos aqueles que são um só nele. Eis o prodígio da Comunhão: tornamo-nos aquilo que recebemos!”

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Audiência Geral de 13 de dezembro de 2017

“Algumas sociedades secularizadas perderam o sentido cristão do domingo iluminado pela Eucaristia. Isto é pecado! Em tais contextos é preciso reavivar esta consciência, para recuperar o significado da festa, o significado da alegria, da comunidade paroquial, da solidariedade e do descanso que revigora a alma e o corpo (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2177-2188). De todos estes valores a Eucaristia é a nossa mestra, domingo após domingo. Por isso, o Concílio Vaticano II quis reiterar que ‘o domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso, da abstenção do trabalho’ (Const. Sacrosanctum concilium, 106).”

Santo Padre preside missa em igreja de Roma (foto: Vatican Media)

“Como podemos responder a quem diz que não é preciso ir à Missa, nem sequer aos domingos, porque o importante é viver bem, amar o próximo? É verdade que a qualidade da vida cristã se mede pela capacidade de amar, como disse Jesus: ‘Disto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros’ (Jo 13, 35); mas como podemos praticar o Evangelho sem haurir a energia necessária para o fazer, um domingo após o outro, na fonte inesgotável da Eucaristia? Não vamos à Missa para oferecer algo a Deus, mas para receber dele aquilo de que verdadeiramente temos necessidade”.

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Homilia de Corpus Christi em 19 de junho de 2014

“Se olharmos ao nosso redor, damo-nos conta de que existem muitas ofertas de alimento que não derivam do Senhor e que aparentemente satisfazem em maior medida. Alguns nutrem-se de dinheiro, outros de sucesso e de vaidade, outros ainda de poder e de orgulho. Mas o único alimento que nos nutre verdadeiramente e que nos sacia é aquele que o Senhor nos concede! O alimento que o Senhor nos oferece é diferente dos demais, e talvez não nos pareça tão saboroso como determinadas comidas que o mundo nos oferece. Então, sonhamos outras refeições, como os hebreus no deserto, que tinham saudades da carne e das cebolas que comiam quando estavam no Egito, esquecendo-se contudo que comiam aqueles pratos na mesa da escravidão. Naqueles momentos de tentação, eles recuperavam a memória, mas uma memória doentia, uma memória seletiva. Uma memória escrava, não livre”.

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Homilia de Corpus Christi em 4 de junho de 2015

“Nós desagregamo-nos quando não somos dóceis à Palavra do Senhor, quando não vivemos a fraternidade entre nós, quando competimos para ocupar os primeiros lugares — os arrivistas — quando não encontramos a coragem de dar testemunho da caridade, quando não somos capazes de oferecer esperança. É assim que nos desagregamos. A Eucaristia impede que nos desagreguemos, porque é vínculo de comunhão, cumprimento da Aliança e sinal vivo do amor de Cristo, que se humilhou e se aniquilou para que nós permanecêssemos unidos. Participando na Eucaristia e alimentando-nos dela, somos inseridos num caminho que não admite divisões. Cristo presente no meio de nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor ultrapasse todas as dilacerações e, ao mesmo tempo, que se torne comunhão inclusive com o mais pobre, sustentáculo para quem é frágil, atenção fraterna a quantos têm dificuldade de carregar o peso da vida quotidiana, e correm o perigo de perder a própria fé”.

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Homilia de Corpus Christi em 14 de junho de 2020

Pontífice preside missa na Casa Santa Marta (foto: Vatican Media)

“O Senhor sabe que o mal e os pecados não são a nossa identidade; são doenças, infeções. E Ele vem curá-las com a Eucaristia, que contém os anticorpos para a nossa memória doente de negativismo. Com Jesus, podemos imunizar-nos contra a tristeza. Continuaremos a ter diante dos olhos as nossas quedas, as canseiras, os problemas de casa e do trabalho, os sonhos não realizados; mas o seu peso deixará de nos esmagar, porque, na profundidade de nós mesmos, temos Jesus que nos encoraja com o seu amor. Aqui está a força da Eucaristia, que nos transforma em portadores de Deus: portadores de alegria, não de negativismo. Nós, que vamos à Missa, podemos perguntar-nos o que levamos ao mundo: as nossas tristezas, as nossas amarguras ou a alegria do Senhor? Fazemos a Comunhão e, depois, continuamos a reclamar, a criticar e a lamentar-nos? Mas isto não melhora coisa alguma, ao passo que a alegria do Senhor muda a vida”.

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