Papa: José, homem da presença discreta que continua protegendo a Igreja

Segundo Francisco, “todos podem encontrar em São José, o homem que passa despercebido, o homem da presença diária, discreta e escondida, um intercessor, um apoio e um guia em tempos de dificuldade. Ele nos lembra que todos aqueles que aparentemente estão escondidos ou na “segunda linha” têm um protagonismo inigualável na história da salvação”.

Vatican Media

“São José na história da Salvação” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral da quarta-feira, 24, realizada na Sala Paulo VI. Antes, porém, o Pontífice saudou, na Basílica de São Pedro, alguns grupos italianos em peregrinação.

Na semana passada, Francisco iniciou o ciclo de catequeses sobre São José e neste encontro semanal com os fiéis continuou este percurso “centrando-nos no seu papel na história da salvação. Jesus é referido nos Evangelhos como «filho de José» e «filho do carpinteiro». Os Evangelistas Mateus e Lucas, ao narrarem a infância de Jesus, dão espaço ao papel de José”.

José, apoio e guia em tempos de dificuldade

José vive o seu protagonismo sem nunca querer apoderar-se da cena. Se pensarmos nisto, «as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns, habitualmente esquecidas, que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas. Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos».

Segundo o Papa, “todos podem encontrar em São José, o homem que passa despercebido, o homem da presença diária, discreta e escondida, um intercessor, um apoio e um guia em tempos de dificuldade. Ele nos lembra que todos aqueles que aparentemente estão escondidos ou na “segunda linha” têm um protagonismo inigualável na história da salvação. O mundo precisa desses homens e dessas mulheres. Homens e mulheres na segunda linha, mas que sustentam o desenvolvimento da nossa vida, de cada um de nós e que com a oração, com o exemplo, com o ensinamento nos sustentam na estrada da vida”.

A Igreja é o prolongamento de Cristo na história

No Evangelho de Lucas, José aparece como o guardião de Jesus e de Maria. Por esta razão, ele é também o “Guardião da Igreja, mas, se ele foi o guardião de Jesus e Maria, agora que está no céu, continua sendo o guardião, neste caso da Igreja; porque a Igreja é o prolongamento do Corpo de Cristo na história e ao mesmo tempo, na maternidade da Igreja, espelha-se a maternidade de Maria”.

José, continuando protegendo a Igreja, não se esqueçam disso: hoje, José protege a Igreja e continuando a proteger a Igreja, continua protegendo o Menino e sua mãe. Este aspecto do cuidado de José é a grande resposta ao relato do Gênesis. Quando Deus pede a Caim que preste contas da vida de Abel, ele responde: «Sou porventura o guarda do meu irmão?». José, com a sua vida, parece querer nos dizer que somos sempre chamados a sentirmo-nos guardiões dos nossos irmãos, guardiões dos que nos são próximos, daqueles que o Senhor nos confia através das circunstâncias da vida.

Importância dos laços humanos

Segundo o Papa, uma sociedade como a nossa, “esta sociedade líquida, gasosa encontra na história de José uma indicação muito clara da importância dos laços humanos. De fato, o Evangelho nos narra a genealogia de Jesus, não só por uma razão teológica, mas também para recordar a cada um de nós que a nossa vida é constituída por laços que nos precedem e acompanham. O Filho de Deus escolheu o caminho dos vínculos para vir ao mundo, o caminho da história: não veio ao mundo com magia, mas fez o caminho histórico que fazemos todos nós”.

Francisco concluiu a catequese, recordando as “pessoas que lutam para encontrar ligações significativas em sua vida”, e rezando para que possam “encontrar em São José um aliado, um amigo e um apoio”.

São José,
vós que guardastes a ligação com Maria e Jesus,
ajudai-nos a cuidar das relações na nossa vida.
Que ninguém experimente o sentimento de abandono
que vem da solidão.
Que cada um de nós se reconcilie com a própria história,
com aqueles que nos precederam,
e reconheça inclusive nos erros cometidos
um modo pelo qual a Providência abriu o seu caminho,
e o mal não teve a última palavra.
Mostrai-vos amigo para aqueles que mais lutam,
e como apoiastes Maria e Jesus nos momentos difíceis,
assim apoiai também a nós no nosso caminho. Amém.

(Com informações de Vatican News)

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