Coleção apresenta subsídio para estudo e aplicação da Doutrina Social da Igreja

Fruto de um curso realizado entre os anos de 2015 e 2016 na Diocese de Osasco (SP), a coleção “Doutrina Social da Igreja” foi lançada no sábado, 7, pelas Edições Kolping Brasil, selo editorial da Obra Kolping Brasil, uma associação sem fins lucrativos que atua na superação de todas as formas de pobreza por meio de formação e trabalho.

O conteúdo é apresentado em um box com três volumes, que versam sobre “A Pessoa de Jesus Cristo e sua mensagem”, “Doutrina Social da Igreja” e “Vida e Obra do Beato Adolfo Kolping”.

Fotos: Assessoria de imprensa das Obras Kolping Brasil

“Neste curso, nossos formadores, iluminados pela luz do Espírito Santo, e utilizando-se do saber acadêmico e de sua experiência de vida, nos expuseram o magistério da Santa Igreja Católica; e, falando-nos sobre o Evangelho e os documentos da Igreja, nos proporcionaram uma visão mais próxima da nossa realidade, facilitando o entendimento desses documentos e dos pronunciamentos papais inseridos na Tradição da Igreja”, explicou Sinésio Luiz Antônio, presidente nacional da Kolping, durante o evento de lançamento da coleção, no Centro Universitário Ítalo-Brasileiro, na zona Sul de São Paulo.

Na ocasião, os Padres Marcos Antônio Funchal, Douglas Pinheiro e José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, e que participaram do curso, detalharam os temas tratados em cada volume da coleção.

Padre Marcos Antônio, que coordenou o curso, destacou que as três temáticas dos volumes indicam os pilares para o agir social dos cristãos.

 “A atuação do cristão na sociedade tem como pilar, em primeiro lugar, a vida e a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, o primeiro volume tem o objetivo de mostrar os principais elementos na vida de Cristo que corroboram e iluminam o agir do cristão na família, na sociedade, na Igreja, na escola, na política e na economia. O segundo pilar desse agir está na Doutrina Social da Igreja (DSI), que é composta de uma série de documentos do magistério universal, ao longo de mais de uma centena de anos. É um magistério muito profundo que apresenta princípios de ação que os cristãos não podem ignorar se quiserem ser fiéis à sua missão como batizados. Por último, temos a encarnação destes dois primeiros pilares formando um grande pilar, que é a vida e a obra do Beato Adolfo Kolping”, detalhou o Sacerdote.

A pessoa de Jesus Cristo

O primeiro volume da obra, que é prefaciado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, fala sobre a pessoa de Jesus Cristo e sua mensagem.

Padre Douglas Pinheiro comentou que a Doutrina Social da Igreja é feita pelo método dedutivo, ou seja, parte de algo estabelecido, uma premissa incontestável, neste caso específico a verdade revelada pelo próprio Cristo.

“Esse primeiro volume consiste em mergulhar em Jesus Cristo, nas fontes evangélicas, nas fontes da tradição e observar: frente ao mundo e às realidades sociais, o que pensa o Senhor Jesus? Como Ele agiu e atuou? É a partir disso que se confecciona a Doutrina Social da Igreja. Sem Jesus Cristo, podemos compor impressões sociais dos fiéis da Igreja, mas não uma Doutrina Social da Igreja”, ressaltou.

“O fundamento da Doutrina Social da Igreja, portanto, é a pessoa de Jesus Cristo, que deve ser, antes de tudo, conhecida, experimentada e aplicada. Conhecida e experimentada pela fé, pelo Espírito Santo, que o atualiza na história, nos sacramentos, na vida espiritual; e uma vez experimentando Jesus, o cristão vai olhar para a sociedade e para o mundo ao seu redor não como fonte para sua atitude, mas, sim, fonte da sua inquietude. A fonte da atitude do cristão é Jesus Cristo”, continuou Padre Douglas, comentando, ainda, que os principais agentes da DSI são os leigos, pois estão nas diferentes esferas sociais.

A Doutrina Social da Igreja

Padre José Eduardo de Oliveira e Silva apresentou detalhes sobre o segundo volume “Doutrina Social da Igreja”. Ele comentou que o marco de fundação da DSI é a encíclica Rerum novarum, publicada pelo Papa Leão XIII, em 1891, mas desde antes a Igreja se atentou às questões da sociedade.

Ao longo dos séculos, porém, houve quem questionasse a finalidade de uma doutrina social da Igreja por entendê-la apenas como um conjunto de ideias teóricas, uma percepção equivocada, pois a DSI apresenta orientações para a ação concreta dos cristãos na sociedade, a partir das verdades naturais e sobrenaturais apresentadas pela revelação cristã.

 “Se nós entendêssemos a Doutrina Social da Igreja por uma reflexão meramente teorética – o que seria ficarmos falando de amor, reconciliação etc. –, obviamente ela se esvaziaria em conteúdo meramente ideológico, perderia o ponto de contato com a realidade. Embora a Doutrina Social seja intrínseca ao Cristianismo, jamais podemos perder de vista os dados reais, ou seja, as situações concretas em que se dá o embate entre a civilização cristã e aquilo que na modernidade se quer impor como realidade antagônica à civilização cristã. Uma Doutrina Social da Igreja que não tivesse em consideração a existência desse embate profundo seria apenas uma reflexão vazia e que não conduziria o homem a lugar algum”, ressaltou Padre José Eduardo.

Beato Adolfo Kolping

A vida, obra e testemunhos do Beato Adolfo Kolping (1813-1865) são tratados no terceiro volume da coleção.

“Percebemos a espiritualidade que movia este sacerdote, uma espiritualidade com o pé no chão, que não prescinde de agir na realidade, no agir concreto da história”, recordou o Padre Marcos Antônio, destacando, ainda, a postura de equilíbrio e da busca pela verdade por parte do Beato, em meio ao cenário polarizado do início da revolução industrial no século XIX.

“Havia dois excessos: o capitalismo, que estava surgindo com todo um desejo grande de acúmulo de riquezas; e, ao mesmo tempo, a revolução do proletariado, sendo instigada pelas obras e o ativismo de Karl Marx. É no meio deste cenário que surgem personagens reais, como o Padre Kolping, que, vivendo essa situação, dão respostas genuinamente cristãs. Ele antecipou em ao menos duas décadas os principais princípios e fundamentos que foram apresentados na encíclica Rerum novarum”, ressaltou Padre Marcos Antônio, destacando o agir cristão e livre de ideologias do Beato.

“Conhecer a vida do Padre Adolfo Kolping será muito importante para a superação dessa influência ideológica que muitas vezes penetra os nossos movimentos e obras sociais”, concluiu.

Ordenado sacerdote em 1845, Padre Adolfo Kolping iniciou em 1849, em Colônia, na Alemanha, a Associação Católica de Jovens Aprendizes, dando, assim, início às suas obras sociais, para as quais se dedicou até morrer, em 1865. Em 1923, formou-se a primeira Comunidade Kolping do Brasil, e, em 1972, surgiu a Obra Kolping Brasil, agregando em uma federação nacional as comunidades então existentes. Padre Adolfo Kolping foi beatificado em 1991 por São João Paulo II.

Detalhes sobre a Obra Kolping Brasil e as formas para a compra da coleção “Doutrina Social da Igreja” podem ser vistos em https://kolping.org.br.

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