O bom humor na educação dos filhos

Hoje, quero tratar de um assunto muito importante para manter o ambiente agradável, alegre e atrativo: o bom humor.

Com frequência, sentimos o peso e as dificuldades que educar os filhos supõe: dedicação, olhar atento, envolvimento, estudo, acompanhamento – posturas e atitudes que exigem dedicação dos pais em tempo integral. Mesmo aqueles que trabalham fora precisam se dedicar a distância, no planejamento da rotina, na orientação, enfim, custa cumprir bem a missão educativa.

Agora, cada um de nós precisa decidir como quer cumprir essa missão: como um fardo pesado, cansativo e desgastante ou como uma oportunidade especial de contribuir na formação de pessoas únicas e irrepetíveis que deixarão suas marcas no mundo?

Formar os filhos significa lembrar todos os dias que esses pequenos não são miniadultos, que eles erram muito porque sabem pouquíssimo sobre a vida e que, muito do que eles fazem de errado pode ser consequência de falta de orientação adequada, de dificuldade de compreensão, de atitudes nossas que precisamos rever e mudar.

O processo de aprendizagem da criança acontece com línguagem simples, em ambiente acolhedor, por meio de brincadeiras. Ela aprende ouvindo histórias, imitando personagens, sendo desafiada a tarefas simples e se sentindo orientada e envolvida no ambiente. Precisamos falar a linguagem delas. Carinho e firmeza são absolutamente compatíveis com o bom humor.

Muitas vezes, os pais acabam colocando muito peso nos pequenos erros e comportamentos inadequados das crianças e acabam tornando o processo educativo mais complicado.

É preciso deixar o clima alegre, propício para a aprendizagem e saber compaginar alegria com exigência. Saber rir dos erros e entusiasmar a acertar. Não se assustar demasiadamente com o processo. As crianças estão em plena formação da personalidade, nada do que fazem significa que não podem melhorar, que serão adultos de caráter complicado. Lembre-se: a chance de isso acontecer está nas suas mãos – elas não vêm prontas “de fábrica”. O que elas serão depende muito do ambiente e da formação que os pais oferecerem.

Normalmente, os piores comportamentos que elas têm estão associados a atitudes dos pais que não foram educativas logo no início da vida: muitas aprendem a conseguir o que querem gritando, chorando ou chantageando, porque os pais cederam aos primeiros impulsos imaturos dos pequenos. Muitas respondem agressivamente aos pais, porque eles não corrigem imaginando que são pequenas, não estabelecem os limites adequados e não habituam os filhos ao respeito que precisam aprender a ter pelos pais. Sei que a maioria dos pais, hoje, se encontra muito confusa em relação à formação dos filhos – existem muitas teorias estranhas, há inúmeras demandas todos os dias, pouco tempo para conversar e planejar os melhores caminhos educativos e, infelizmente, as consequências têm sido desastrosas.

Vamos, então, retomar a rota: se você cometeu ou comete erros como esses, é preciso corrigir o mais rápido possível. Usar sua autoridade de pai, que se ancora em ser alguém que já conhece sobre a vida e orientar seu filho com firmeza, carinho, exigência e bom humor. Pode ter certeza: quando a criança identifica uma autoridade, ela obedece, e a autoridade não precisa ser carrancuda e mal-humorada: pode ser firme e alegre.

Transforme a infância e a aprendizagem de seus filhos em uma experiência desafiadora, exigente, porém recheada de momentos de alegria.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site: www.simonefuzaro.com.br. Instagram: @sifuzaro.

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