Criada há 65 anos, Paróquia São Domingos Sávio tem igreja matriz e altar dedicados

A comunidade da Paróquia São Domingos Sávio, na Vila Aurora, zona Norte de São Paulo, celebrou, no dia 19, os 65 anos de sua criação, com uma missa solene em que foram dedicados o novo altar e a igreja matriz, que passou por amplas reformas. 

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A cerimônia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. Concelebraram a Eucaristia Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana; Padre Salvador Ruiz Armas, Pároco; e nove padres de paróquias vizinhas e dois sacerdotes da Pia Sociedade de São Paulo (Padres Paulinos). 

LUGAR DE ORAÇÃO 

Na homilia, Dom Odilo destacou que, embora Deus não precise de uma casa, as igrejas são necessárias para que as pessoas deem visibilidade à fé que têm no Senhor. 

“Nós que precisamos de templos, como sinais da nossa fé, expressão daquilo que nós cremos. Por isso, quem vive nesta cidade, neste bairro, a Ele dedica um espaço sagrado como sinal e expressão de louvor e fé”, afirmou. 

O Arcebispo reforçou que as igrejas são também lugar de oração, espaço para celebrar a presença de Deus no meio de todos e de onde os fiéis saem em missão para anunciar ao mundo o Reino de Deus. 

O Cardeal ressaltou, ainda, que as igrejas são os lugares em que a família de Deus se reúne para celebrar a sua fé. “Aqui, proclamamos a Palavra de Deus, celebramos os sacramentos, testemunhamos a nossa fé e alargamos o coração para amar e acolher o nosso irmão”, destacou Dom Odilo, mencionando que as pessoas vão ao templo para agradecer, suplicar, louvar e se reunir como comunidade para proclamar sua crença no Deus Vivo. 

PELA FÉ 

O rito de dedicação do altar e de uma igreja é rico em símbolos e gestos que marcam a consagração do espaço construído para a celebração dos sacramentos. No início da Eucaristia, o Arcebispo aspergiu água benta sobre o povo, sobre o altar e as paredes da igreja. 

Após a liturgia da Palavra, entoou-se a Ladainha de Todos os Santos, e na sequência foram depositadas sobre o altar as relíquias dos santos e mártires: São Victoriano e São Timóteo, mártires; São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil; Santo Antônio de Sant’Anna Galvão; Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição; Santa Francisca Xavier Cabrini, fundadora das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus; São João Scalabrini, fundador dos Scalabrinianos; Beata Assunta Marchetti, cofundadora das Irmãs Scalabrinianas; Beato Tiago Alberione, fundador da Família Paulina; Beato Timóteo Giaccardo, primeiro sacerdote paulino; Beato Mariano de La Mata Aparício, missionário agostiniano. 

Em seguida, houve a unção do altar e das paredes da igreja com o óleo do Crisma; o rito de queima do incenso sobre o altar e, por fim, este foi revestido como sinal que representa o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor. As velas sobre o altar recordam que Cristo é a luz. 

Entenda mais sobre os ritos, no link

COMUNIDADE DE FÉ EM AÇÃO 

Padre Salvador destacou a dinâmica pastoral e social da Paróquia: “Geograficamente, somos uma paróquia pequena, composta da matriz e da Capela São José, mas somos grandes e generosos nas ações pastorais e sociais”. 

À reportagem, o Pároco contou que hoje estão bem estruturados na Paróquia a Catequese, Liturgia, Pastoral da Juventude, Pastoral da Comunicação, Pastoral da Criança e do Idoso, Pastoral Social e os vários grupos de oração. 

“A nossa ação social merece destaque. Já distribuímos quase 5 mil marmitas às pessoas em situação de rua. São quase 200 cestas básicas mensais às famílias em situação de vulnerabilidade, entre outras atividades realizadas”, pontuou. 

Arlindo Figueira, 81, e Maria Emília Malheiros Figueira, 83, participam da comunidade desde sua criação. Eles já foram ministros extraordinários da Sagrada Comunhão e coordenadores de pastoral. “Hoje é um dia especial para nós que vimos o que era a igreja antes, que acompanhamos toda a reforma, e agora celebramos a dedicação. Tudo foi possível graças às bênçãos e proteção de Deus e à colaboração e generosidade da comunidade”, comentou o casal. 

REFAZER PARA ACOLHER 

Até 1941, essa comunidade eclesial pertencia à Paróquia Santa Terezinha, dos Padres Salesianos. Em 1955, foi construída uma pequena capela dedicada a São João Bosco, no local onde hoje é a Paróquia. 

Em 1957, o Cardeal Carlos de Vasconcelos Motta, então Arcebispo, constituiu a nova Paróquia dedicada a São Domingos Sávio – o jovem discípulo de São João Bosco, que nasceu na Itália, em 1842, e morreu com apenas 15 anos, em 1857. Ele é padroeiro dos adolescentes e das mulheres grávidas. 

Em 1958, a comunidade paroquial fundou o Centro de Assistência Social São Domingos Sávio, cujo prédio está até hoje ao lado da igreja, inclusive no momento passando por reformas. A reforma do salão paroquial começou em 2017. Até então, não havia esgoto. Também foi elevado o piso do templo, já que quando chovia sempre alagava. Houve a troca do telhado e construiu-se uma cozinha para os eventos. O segundo andar do espaço ainda continua em obras, para a construção de salas de catequese e para atendimento médico, psicológico etc.

Em 2019, começou a reconstrução da igreja, e um problema elétrico exigiu uma reforma desde a parte estrutural até os acabamentos, pois a situação era urgente. A reforma incluiu a nova Sacristia, presbitério, iluminação, batistério, Capela do Santíssimo e escritório para o Pároco.

A reconstrução da igreja, com capacidade para cerca de 290 pessoas sentadas, contou com as ideias do Pároco e do professor de Matemática e Física José Luiz da Conceição, voluntário e paroquiano. “Eu quis fazer uma arquitetura que fosse aconchegante, funcional e, sobretudo, que representasse a nossa humildade e simplicidade, pois somos uma comunidade carente de recursos, mas ricos da bondade e generosidade de Deus e das pessoas”, disse Zelão, como é mais conhecido. 

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