Dom Odilo ordenará 13 diáconos para a Igreja

Após um período de sólida formação e acompanhamento, os candidatos ao diaconato serão ordenados e estarão aptos a colaborar com o serviço destinado ao povo de Deus e à Igreja

Imagem de Arquivo

Na Catedral da Sé, no sábado, 11, às 15h, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, ordenará os 13 candidatos ao diaconato, primeiro grau do sacramento da Ordem. Assim, uma vez ordenados, tornam-se diáconos para servir à Igreja e ao povo de Deus.

De origem grega, a palavra diácono significa “aquele que serve, servidor”. Esse colocar-se a serviço da Igreja, no entanto, comporta uma distinção.

Existem os candidatos que recebem a ordenação diaconal como uma das etapas preparatórias em função do ministério presbiteral a ser conferido futuramente, ou seja, são os chamados diáconos seminaristas, que caminham para se tornar sacerdotes.

E há aqueles candidatos que, uma vez casados, tendo constituído família e com a anuência das esposas, se dispõem a colaborar nas mais diversas atividades eclesiásticas, tanto as vinculadas às obras de caridade quanto as que se relacionam a determinados sacramentos ou celebrações, aos quais se dá o nome de diáconos permanentes.

O que prevê a Igreja

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “os diáconos participam de modo especial na missão e na graça de Cristo. O sacramento da Ordem os marca com um selo que ninguém pode fazer desaparecer e que os configura a Cristo, que se fez diácono, isto é, o servo de todos. Entre outros serviços, pertence aos diáconos assistir o bispo e os sacerdotes na celebração dos divinos mistérios, sobretudo a Eucaristia, distribuí-la, assistir o Matrimônio e abençoá-lo, proclamar o Evangelho e pregar, presidir os funerais e consagrar-se aos diversos serviços da caridade.” (CIC 1570).

Como sacramento da Ordem, assim como acontece no caso do Batismo e da Confirmação, essa participação na função de Cristo é dada uma vez por todas e confere um caráter espiritual indelével, não podendo ser repetido nem conferido para um tempo limitado (cf. CIC 1582). Dessa forma, os sacerdotes, bispos e até mesmo o Papa continuam sendo diáconos para sempre.

Candidatos

Dos 13 candidatos ao diaconato, quatro se tornarão diáconos permanentes, enquanto outros nove serão diáconos seminaristas. Entre estes, quatro fizeram sua caminhada formativa no Seminário de Teologia Bom Pastor, e um, no Seminário Missionário Arquidiocesano Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, do Caminho Neocatecumenal, ambos da Arquidiocese de São Paulo. Os demais são vinculados à Ordem de Santo Agostinho (OSA), responsável por sua formação e acompanhamento.

Conheça a seguir o perfil dos futuros diáconos:

Diáconos Seminaristas

Alan Santos, 33, de Osasco (SP)

“Cresci na região de Campo Limpo, periferia de São Paulo. O chamado sacerdotal se deu por volta de 2007, quando colaborava como intercessor em uma vigília da Renovação Carismática Católica (RCC) para jovens. Estava diante de Jesus Sacramentado quando ‘senti’ o chamado, algo inusitado, pois meus planos eram, até então, ter um futuro próspero e constituir uma família, mas Deus tinha algo especial reservado para mim.”

Cleyton Pontes Silva, 26, de São Paulo (SP)

“Desde criança, participava da Comunidade São João Gualberto e tinha envolvimento com as atividades paroquiais. Com o passar do tempo, tive maior engajamento e passei a ajudar na Catequese, movimentos, grupo de jovens, coroinhas. Entre 2012 e 2013, conheci o trabalho da Comunidade Eucarística Voz dos Pobres e, nesse contato com os mais humildes, além da adoração Eucarística, senti cada vez mais forte o chamado ao caminho presbiteral.”

Elias Honório de Castro, 26, de Brasília (DF)

“Meus pais me transmitiram a fé com grande zelo desde a infância. Tinha muitos projetos, porém o sacerdócio não era um desejo que eu alimentava. Aos 15 anos, após um tempo de combates internos, pecados e frustrações, ingressei numa Comunidade Neocatecumenal e escutei que Deus me ama como sou. Essa palavra transformou minha vida! Aos 17, reconhecendo que tinha recebido muito amor de Deus, senti, portanto, o chamado a me entregar como presbítero para anunciar gratuitamente o Seu amor.”

Lucas Antonio S. Martinez, 26, de São Paulo (SP)

“Desde pequeno, acompanhava meus pais às missas. Na juventude, comecei a me engajar na paróquia a partir de um retiro de jovens. Depois, passei a tocar nas missas e grupos de oração e a ajudar na liturgia. Acompanhando o pároco em suas atividades pastorais, pude perceber que Deus me chamava para algo que ainda não sabia o que era. Após o discernimento, percebi que a vontade Dele era que eu pudesse segui-lo de maneira mais próxima, por meio do sacramento da Ordem.”

Nilo Massaaki Shinen, 43, de São Paulo (SP)

“Via que o mundo, principalmente o do entretenimento, só apresentava ídolos bonitos na forma, mas vazios por dentro, que não ensinavam nenhum valor. Na Crisma, essa sede de sentido encontrou saciedade em Deus e aí começou a despertar a minha vocação. O momento em que Deus falou mais alto, porém, foi pouco antes da morte do meu pai, que pôde contar com a abnegação de um padre que lhe trouxe a Eucaristia a tempo, fato que realmente me marcou.”

Frei Fábio B. Silva, OSA, 41, de Maringá (PR)

“Aos 11 anos, quando fui conhecer meu avô materno, no norte de Minas Gerais, uma região muito pobre e distante, minha tia relatou que o padre ficava meses sem ir até lá. Naquele momento, pensei: ‘Por que não ser padre para vir ajudar nesta região?’. Cresci e segui outro caminho, busquei trabalhar e estudar, mas a inquietude sempre me tocava. Em um curso, conheci Santo Agostinho, me identifiquei muito, procurei estudar mais sobre ele e busquei responder ao chamado de Deus.”

Frei Jean A. de Lima, OSA, 41, de Currais Novos (RN)

“Senti meu chamado desde criança ainda no grupo de acólitos e, mesmo tendo resistido durante um tempo, Deus insistiu em seu chamado. E, ao conhecer a Ordem de Santo Agostinho, me senti imensamente identificado com o carisma. Hoje, posso afirmar que me sinto realizado e desejo servir ao povo de Deus.”

Frei Pedro F. R. de Matos, OSA, 25, de São Francisco (MG)

“No berço familiar, aprendi os primeiros valores: o amor a Deus e ao próximo. Aos 17 anos, decidi me lançar nos braços do Senhor e deixar com que minha vida se configurasse à vontade Dele, e, mesmo com todas as mazelas e fragilidades inerentes à nossa humanidade, tenho a alegria de afirmar que o Senhor fez com que eu chegasse até este momento de dar um passo mais à frente no serviço aos irmãos e à Santa Mãe Igreja.”

Frei Ronã P. Aguiar Filho, OSA, 34, de Gurupi (TO)

“Aos 23 anos, logo após minha conversão à fé católica, participei de um Encontro de Jovens com Cristo (EJC), no qual pude experimentar o amor misericordioso de Deus e escutar a sua voz suave me chamando ao serviço do Reino. Ao buscar conhecer melhor a fé e a espiritualidade cristãs, deparei-me com as ‘Confissões’, de Santo Agostinho, que muito me tocaram e me levaram a uma mudança radical de vida. Senti em meu coração o desejo de viver para Deus e de servir à sua Igreja.”

Diáconos Permanentes

Nilson de Oliveira Amancio, 61, de Cunha (SP)

“Frequentei a Igreja Metodista até meus 18 anos. Aos 22, conheci minha esposa, católica. Logo depois do casamento, comecei a frequentar as missas e fizemos o Encontro de Casais com Cristo (ECC). Fiz a primeira Eucaristia e a Crisma e meu amor pela Igreja só aumentava. Percebi que Deus me chamava a servir cada vez mais e, ao conhecer o diaconato permanente, fiquei encantado em saber que o meu chamado poderia ser fortalecido com a graça sacramental.”

Orlando Luciano da Silva, 53, de Jundiaí do Sul (PR)

“Afastado das atividades paroquiais, participava apenas das missas dominicais quando houve a missão de férias dos seminaristas, em 2008. Em visita a minha casa, eles me incentivaram a retornar, e, com isso, conheci o Padre Uilson dos Santos, que me convidou a participar da Catequese e, tempos depois, do conselho de assuntos econômicos. Em 2011, regularizei o meu Matrimônio no religioso. Posteriormente, senti o chamado a me doar mais e iniciei a caminhada ao diaconato.”

Pedro E. dos Santos Júnior, 51, de Avaré (SP)

“Meu desejo de servir à Igreja por meio do diaconato começou quando fui convidado a participar da Pastoral de Rua na paróquia. Ali, vi o quanto é importante estar em missão e servir aos irmãos em situação de vulnerabilidade. Todas as sextas-feiras, saíamos de madrugada para entregar marmitas às pessoas em situação de rua. Foi nesse período que conheci o diaconato e fiquei feliz em saber que a principal missão do diácono é estar a serviço dos mais necessitados.”

Sidnei Roberto Piotto, 56, de Nova Esperança (PR)

“Frequento a paróquia com minha esposa desde o nosso casamento, há mais de 30 anos, e participamos das pastorais e da vida das comunidades. Em 2008, tive meu primeiro chamado ao diaconato permanente. Em 2013, Deus usou a voz do Padre Edivaldo Batista da Silva e o meu sim foi dado com muita alegria! No ano seguinte, iniciei as atividades na Escola Diaconal São José. Com a graça de Deus, serei ordenado diácono permanente.”

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