É hora do voto

Mais de 147 milhões de eleitores vão às urnas neste domingo em todo o País. Veja as orientações da Igreja nestas eleições para a busca do bem comum

Foto: TSE

O 1o turno das eleições municipais para a escolha de prefeitos e vereadores acontece neste domingo em 5.569 municípios brasileiros, levando às urnas mais de 147 milhões de eleitores em todo o País.

Na cidade de São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil, quase 9 milhões de eleitores escolherão um dos 13 candidatos a prefeito e os 55 vereadores entre os mais de 2 mil candidatos à Câmara Municipal.

Cuidados sanitários

Em razão da pandemia de COVID-19, haverá uma série de protocolos nos locais de votação para evitar a disseminação do novo coronavírus.

As principais medidas são a disponibilização, em todas as seções eleitorais, de álcool em gel para limpeza das mãos dos eleitores antes e depois da votação, orientações para a manutenção do distanciamento social (de, ao menos, 1 metro entre as pessoas) e fornecimento de máscaras, face shields (protetores faciais, feitos de materiais rígidos transparentes) e álcool em gel aos mesários.

O eleitor poderá levar seu próprio álcool em gel para a seção eleitoral, bem como uma caneta para assinar o caderno de votação. Não será permitido ao eleitor se alimentar, beber ou fazer qualquer atividade que exija a retirada da máscara.

Eleitores ou mesários que estiverem com febre ou cujos testes tenham dado positivo para a COVID-19 nos 14 dias anteriores à data da eleição deverão ficar em casa. Eles poderão justificar a falta por esses motivos. Já os mesários precisam avisar imediatamente sua zona eleitoral para que seja providenciada sua substituição.

As eleições 2020 terão uma hora a mais de duração, das 7h às 17h, sendo que nas três primeiras horas (das 7h às 10h) haverá prioridade para os maiores de 60 anos. Os demais eleitores, porém, não serão proibidos de votar neste horário.

Preocupações da Igreja

Foto: Divulgação

Como realiza em todas as eleições, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou a cartilha “Os cristãos e as eleições”, com indicações básicas sobre o universo da política, a partir do olhar da Igreja Católica, sem vínculos a ideologias ou partidos políticos.

No subsídio se destaca que a Igreja Católica “não apoia nenhuma candidatura nem se alia a qualquer partido. Tal postura não a exime do compromisso político, pois o exercício correto da política contribui para a construção de uma sociedade justa e fraterna, proposta pelo Evangelho. Buscar o bem comum, que é o maior objetivo da política, é uma forma de caridade”.

No entanto, são feitas recomendações ao eleitor, não sobre siglas partidárias ou nomes, mas de critérios para a escolha de um candidato.

A orientação é que, antes de decidir em quem votar, a pessoa conheça quais são as atribuições do cargo, verifique se o candidato tem boa índole, se seu partido defende a vida desde sua concepção até o fim natural, bem como se é a favor da família, da dignidade humana e dos direitos dos mais vulneráveis. Também deve ser avaliada a capacidade de liderança política do candidato e se ele tem a ficha limpa, ou seja, se não está envolvido ou já esteve em casos de corrupção ou foi condenado pela Justiça. “Se ele tem atitudes corruptas, como tentar comprar votos ou trocá-los por favores, também não merece seu voto”, consta no texto.

CLIQUE E SAIBA MAIS DETALHES SOBRE A CARTILHA

Em 28 de outubro, a CNBB divulgou uma mensagem sobre as Eleições municipais deste ano, na qual expressa, à luz da Doutrina Social da Igreja Católica e do magistério do Papa Francisco, a compreensão sobre a política como um conjunto de ações pelas quais se busca uma forma de convivência entre indivíduos, grupos e nações que ofereçam condições para a realização do bem comum.

Em um trecho do documento, a Conferência aponta o dever dos prefeitos e vereadores a ser eleitos: “contribuir com ações  eficazes, nos campos da saúde, educação, segurança, transporte, assistência social, moradia, direito à alimentação e proteção da família, entre outros. Darão bons frutos os  políticos que priorizarem o bem comum e a vida plena, desde a concepção até a morte natural, de todos dos cidadãos, sem quaisquer discriminações, nunca buscando seus próprios interesses pessoais e corporativos”.

CLIQUE E ACESSE A ÍNTEGRA DA MENSAGEM DA CNBB

A Arquidiocese de São Paulo, atenta aos problemas da cidade que afetam o bem comum, também apresentou reflexões sobre as eleições deste ano.

No dia 5 deste mês, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, participou do evento Diálogos com a Cidade, que teve como tema as eleições municipais. Na ocasião, ele respondeu a perguntas de convidados de diferentes âmbitos de atuação da Igreja e interagiu com internautas a respeito das realidades da cidade que merecem destaque para a escolha dos candidatos aos cargos de prefeito e vereador da maior cidade do País.

“A escolha de cada um é importante para a cidade. Não escolher, simplesmente, por simpatia, mas ver realmente quem é essa pessoa em quem gostaria de votar. Será que merece minha confiança? Será que realmente vai levar avante aquilo que promete? Portanto, é preciso olhar com objetividade, escolher com liberdade, não se sentir constrangido ou obrigado por favores… Votar por convicção em pessoas idôneas, honestas, dignas, que tenham caráter e que realizem aquilo que se espera”, afirmou na ocasião.

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